JARDIM CONSTANTINO EM LISBOA
Os Portugueses da Diáspora, ao longo dos séculos, sempre honraram a Pátria que lhes serviu de berço.
Hoje, e aqui, vamos registar a história linda de um transmontano nascido a 18 de Agosto de 1802, em Torre de Moncorvo, Bragança.
Foram as flores que o celebrizaram em França, Inglaterra, Alemanha, Nápoles e Roma, tornando-se famoso em toda a Europa, convivendo com a mais alta aristocracia, sempre muito solicitado pela criatividade dos seus arranjos florais e pela beleza das suas flores, fossem elas naturais ou artificiais. As suas mágicas flores foram apelidadas de “constantinas”. E a ele, apelidaram-no de “ O Napoleão das flores”, “ o rei dos floristas “ e “a mais brilhante inteligência estética dos tempos modernos “. Tudo isto está documentado na Revista Municipal de Lisboa, nº 69-segundo trimestre de 1956.
Em 1839 já era tido como fornecedor oficial da Casa Real de França. A Rainha D. Amélia disse-lhe: « As suas flores têm apenas uma diferença: « as naturais murcham e as criadas por si, (artificiais), não…estão sempre belas.»
Amália Rodrigues confessou a João da Costa Cascais « ir ver chapéus de Itália, coisa do melhor gosto!... e flores constantinas do maior apetite! As damas divinas!
E mais não dizemos sobre o jovem transmontano que deixou os seus pais a chorar, como tantos outros, quando partiram, mas que os cobriu de glória pelo seu talento e trabalho.
A Câmara Municipal de Lisboa, por proposta do Presidente Rosa Araújo, homenageou o transmontano, saído da sua terra natal, sem eira nem beira, atribuindo, em 1889, ao jardim que vemos na imagem, o nome de Constantino.
É com uma certa emoção que vemos um ilustre desconhecido e deserdado da fortuna na sua terra natal transformado e reconhecido como o «rei dos floristas» de quem a fama tomou conta. E eu sou um beneficiário directo porque todos os dias o vejo das janelas da minha residência e descanso, de vez em quando, sentado nos seus bancos. Bem próximo da Portugália, a primeira fábrica de cervejas em Portugal.
No dia 1 e 2 de Novembro rendemos homenagem aos que nos precederam, celebrando a Festa de Todos os Santos e os Fieis Defuntos. Isto mexe directamente com a nossa sensibilidade porque recordamos os nossos familiares e amigos que nos deixaram cheios de saudades. Há painéis espalhados por todo o Mundo Cristão a recordar-nos essas datas de emoção e carinho. Sejamos dignos dos nossos maiores.
Artur Monteiro do Couto
Recordando os Fieis defuntos.