AGRICULTOR FOI PRESO AO GUIAR O BURRO.
Um agricultor de 34 anos, analfabeto, foi anteontem à noite preso pela GNR (Guarda Nacional Republicana) de Celorico da Beira, (Guarda), quando guiava um burro com a carroça atrelada.
O homem, durante um dia de trabalho, sob um calor abrasador, foi bebendo pela cabaça o vinho refrescante que ele produziu nas suas videiras e refrescou junto à corte do animal. Como era analfabeto e nunca tinha ouvido contar história igual, quando regressava a casa passaram dois Agentes da GNR por ele e aperceberam-se que o humilde lavrador vinha a cantar na frente do burro que conduzia, bastante animado.
Os Agentes lembraram-se do artigo 292 do Código Penal que pune a condução com álcool e resolveram prender o desgraçado que em vez de se lamentar das agruras da sua desgraçada vida, vinha alegre. Decidiram submetê-lo ao teste de alcoolémia e deu positivo; 2,84 g/l. Foi detido e julgado. Não ficou com a carta apreendida porque para conduzir a cilindrada dos burros não são precisas cartas de condução; e para cavalos, só sabe que é precisa para guiar os cavalos que vão dentro do motor dos carros de luxo, que têm pneus, volante e transportam gente fina e meninas bonitas de unhas pintadas que nunca trabalharam nas terras como as dele.
E se o homem de Celorico da Beira tivesse tido uns pais, como muitos outros, que vão gamando uns milhares de euros e o tivessem posto a estudar, agora conduzia cavalos que vão dentro do motor, podia bater com ele contra as paredes, enquanto apalpava as pernas às acompanhantes e nada lhe acontecia… Agora, como só lida com burros e pouco mais, quando estiver calor, não pode matar a sede… porque se diz aí pelas aldeias que beber muita água faz rãs na barriga… e «como não tenho aparelho para medir a tal alcoolémia nem conheço os números, tenho de pedir ó Socrátes que me dê um desses subsídios que dá aos bêbados e drogados… E vou experimentar viver na boa vida.»
E o burro também gozar férias pela primeira vez.
A M C