No dia 16 de Março 2008, vai ralizar-se a grande festa do folar no Externato dos Maristas, na Rua de S. Neutel,n.º 11, junto ao Estádio da Luz (Benfica). Será um dia de grande convívio intercultural, intergeracional e de cidadãos oriundos de todos os pontos do país.Uns, por razões de origem, outros, atraídos pelos sabores e saberes transmontanos.
A entrada é livre e toda a gente pode conviver alegremente. A Câmara Municipal de Murça paga as despesas da Banda Filarmónica para pôr os bailarinos a dançar. De Murça vem também o vinho da Adega Cooperativa. De Valpaços,vêm os folares e não só. De Chaves, chegarão famosos pasteis de carne, etc.... O conjunto musical " OS MARANUS" garantem a qualidade das músicas tradicionais e modernas. Resumindo: quem vier à festa, pode comer, cantar e dançar no maravilhoso espaço, graciosamente cedido pelos Maristas, uma referência de alta qualidade no campo do Ensino e da Cultura em Portugal e em diversos outros países. O seu Director, José Luís Pedrinho e os seus colaboradores são dignos de toda a nossa estima e gratidão.
Arur Couto
Mapa turístico de alguns concelhos de Trás-os-montes
Primeira - Lenda de São Sebastião na Freguesia de Couto de Dornelas.
1807. Napoleão, depois de fracassada a primeira invasão francesa, em Lisboa, e de a Família Real se ter retirado para o Brasil, antes da chegada dos invasores, mandou invadir novamente Portugal. A segunda invasão francesa entrou em Portugal por Chaves comandada pelo general Soult com destino à cidade do Porto. Os soldados, pelo caminho, tiveram o comportamento dos da prmeira invasão até Lisboa: por aonde passavam, pilhavam tudo o que mais lhes agradava, mesmo para se alimentarem.
Da Fronteira de Chaves, continuaram a invasão, passando por Sapiãos, Boticas, Couto Dornelas, prossegundo os seus objectivos pelo caminho mais curto até ao Porto.
Aqui nascem as Lendas de São Sebastião e a do Vinho dos Mortos de Boticas.
1- « A tradição da festa de S. Sebastião em Couto Dornelas assenta na lenda de que alguns habitantes da aldeia teriam pedido auxílio ao Santo para que os livrasse das incursões dos Gauleses e dos perigos que eles poderiam representar para os habitantes da freguesia, roubando-lhes os mantimentos que tinham em casa, os animais e outros haveres. Em troca de nada de mal lhes acontecer, eles teriam feito a promessa de, anualmente - 20 de Janeiro- fazerem uma festa em honra do protector, oferecendo aos forasteiros que participassem nela, pão, carne de porco e arroz. E promessa feita tem de ser cumprida para que não venham os castigos de Deus. E assim, desde o século XVIII, todos os anos se juntam muitas centenas, e em alguns anos, milhares de pessoas a participarem nesta tradição, actualmente, um dos melhores cartazes turísticos de toda a região do Barroso. »
Politiquices à parte, a tradição deve continuar. É um elemento cultural importante. A mesa alonga-se por muitas centenas de metros em grande camaradagem entre residentes e visitantes.
2- Lenda do «Vinho dos Mortos.»
Diz-se que os lavradores de Boticas, para não serem roubados pelos soldados, enterraram as vasilhas (garrafas) do vinho, deitando-as ao comprido e cobrindo-as com terra como se faz aos mortos nos cemitérios. E os militares tiveram de se contentar com a água das fontes. Porém, o imprevisto aconteceu: quando foram desenterrando as garrafas notaram que o vinho tinha uma cor e paladar diferentes, para melhor. E, desde então, há quem enterre novamente as garrafas para melhorar o vinho, de cerca de 10-11 graus.
Esta lenda tornou a vila de Boticas conhecida por esse mundo além.
Em pleno século XXI estão a onstruir um túmulo para «O Vinho dos Mortos» para que a lenda
continue.
Está no rio o São Cristóvão
Uma figura imponente
Com água pela cintura
Olhando a todos bem de frente.
Com aquele olhar melancólico
Vestido de seda fina
Parece pedir a quem passa
Tirai-me o Jesus Menino.
-Porque está aquele santo no rio
Quis ao meu av^perguntar...
- Senta-te aqui, toma atenção
Que eu te vou explicar:
Conta uma lenda velhimha
Que o gigante com um bordão
Foi condenado prà vida inteira
Passar gente no rio Jordão.
- Pensando estar a ser traído
Pelo próprio pai e a sua cara-metade
Numa fúria de ciúme
Os dois assassinou sem dó nem piedade.
Era tarde, quando descobriu
Que aqueles que tão selvaticamente tinha matado
Eram o homem e a mulher
Que a vida lhe tinham dado.
Pelo tribunal da humanidade
O Gigante foi julgado ...
A passar gente no rio Jordão
Foi, então, ele condenado.
Cada vez que fazia a travessia,
Pela sua grande estatura,
Carregava várias pessoas.
Mas, um dia, quesurpresa!
Apareceu à beira do rio Jordão
Um menino bem pequenino
Com uma bola na mão!
O gigante recusou-se
A atravessar o menino
Alegando não fazer o percurso
Com um peso tão pequenino.
Mas o menino insistiu:
- Não te deixes pelo tamanho enganar
E verás que o peso que eu tenho
Para ti, chega e há-de sobrar.
Tão pequeno e tão pesado
Este miúdo trigueiro...
Parece que levo ao ombro
O peso do mundo inteiro.
Não olhes para mim...
Não podes mirar os olhos meus
Pois quem mata pai e mãe
Jamais poderá ver a face de Deus.
E o Santo, assim, ali ficou
Com o Jesus Menino como dantes
Implorando perdão aos céus
E a todos os viajantes.
Depois de muito arrependido,
Pela Igreja santificado
Como protector dos viajantes
Santo protector foi designado.
Nesta vila de Boticas,
Cumprindo a tradição,
Em Agosto, está no rio o São Cristóvão
Com a água pela cintura
Durante as festas de Nossa Senhora da Livração.
Augusto Almeida Gomes
NEWARK