O despertar nem sempre é fácil. Mas o conteúdo do vocábulo “despertar” é tão vasto que nos deixaria longas horas a dissertar sobre o tema.
Por agora, vamos analisar duas vertentes:
1.º- Despertar para o Turismo da Natureza.
2.º- Despertar para o Turismo Religioso.
1.º -Quem trabalha e reside nos grandes centros urbanos, por mais dinheiro que ganhe, de carros de luxo que utilize, de charutos que fume, de luxuosos restaurantes, casinos e discotecas que frequente, ou de se entregar nos braços de elegantes prostitutas, não deixa de sentir um vazio que, de degrau em degrau, vai acumulando factores estressantes conducentes a um futuro de angústia e solidão. Pelo contrário, as pessoas serranas, que têm uma vida simples, que abdicam das vaidades que as telenovelas lhes mostram diariamente e dos consequentes desencantos, vão-se mentalizando que mais vale o ar puro das florestas, os frutos dos campos e a pureza de sentimentos do que as patifarias de toda a ordem para beberem o suor e o sangue dos que trabalham honestamente para comerem o saboroso pão de cada dia. Mas, como diz o Povo: a verdade vem sempre ao de cimo. E aquilo a que vimos assistindo, é que muito boa gente está a trocar a vida ilusória, de aldrabices, de mentiras obscenas, pela serenidade, a paz de espírito e o saudável ar que se respira no seio de uma natureza pura. Está aqui a essência do Turismo da Natureza e da qualidade de vida que todo o ser humano equilibrado procura. O Alto Tâmega e Barroso possui todas as características naturais e equipamentos hoteleiros ajustados aos mais e menos exigentes, sendo uma região privilegiada para ultrapassar os pesadelos e as ganâncias falaciosas das grandes cidades.
Está na hora de “ despertar “ para o Turismo da Natureza, em Portugal.
2.º. Turismo Religioso. Em que consiste?
A explicação é fácil. Quais são os monumentos históricos e artísticos de Portugal mais imponentes? Toda a gente, com uma cultura média os conhece. Uns porque os viram referidos na História de Portugal, outros porque os viram nos programas do Professor Dr. José Hermano Saraiva ou já os visitaram. Mas como nos lembra um slogan de há anos: «Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si», nenhum de nós conhece tudo; e tratando-se de arte, com motivos religiosos, ainda menos. Mas não há só os Mosteiros dos Jerónimos, de Alcobaça, da Batalha, os Conventos de Mafra, de Tomar e outros no centro e sul de Portugal. Em toda a região norte, onde nasceu Portugal, até aos limites com a vizinha Espanha, existem verdadeiras obras de arte que, quase a totalidade dos portugueses desconhece. Estamos a lembrar-nos da Capela da Misericórdia, em Chaves, e muitas outras, sobretudo na Diocese de Braga.
Sabemos agora que está a organizar-se a «TUREL – Turismo Cultural e Religioso, CRL. Que tem como objectivos o estudo, promoção e dinamização do Turismo Religioso como factor de desenvolvimento regional. O Concelho de Boticas aderiu a esta parceria para melhor dinamizar o seu património, cujas aldeias, como Sapiãos, têm verdadeiras obras de arte: capela românica do século XIII e mais três do século XVIII, predominando o estilo Barroco.
Artur Monteiro do Couto