belezas paisagisticas e artisticas de Trás-os-Montes
Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2009
A VIDA É BELA. NÃO DEIXE QUE LHE DÊEM CABO DELA
«GATO ESCALDADO DE ÁGUA FRIA TEM MEDO»
A sabedoria popular é importantíssima como um guia de vida
A escuridão da noite cultural foi muito longa e só passados milénios é que se chegou à descoberta de meios de comunicação devidamente planeados, depois de um somatório de conhecimentos acumulados pelas inovações que foram surgindo para ultrapassar as dificuldades que a História Contemporânea nos revela em pormenor.
Mas as pessoas simples e analfabetas tinham, e têm memória e sentimentos. Não esqueciam, nem esquecem, o bem e o mal que os outros seres humanos lhes faziam e, ainda, nos fazem nos nossos dias, continuam a fazer, com requintes de malvadez e vigarices sem fim.
Os analfabetos de outros tempos foram construindo princípios, ditos populares e provérbios de rara oportunidade para o período histórico que estamos a viver.
Analisemos bem, alguns desses ensinamentos, e tenhamo-los sempre presentes na memória para evitar dissabores.
1-« Apanham-se mais moscas com uma gota de mel que com um quilo
de fel»
2 -« O segredo de três, o diabo o fez»
3- «Quem muito jura, muito mente»
4-«Quem muito dorme, pouco aprende»
5-«Quem muito fala, pouco acerta»
6-«Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum
lado lhe vem»
7- «Tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá fica a
asa»
8-«Quem ao mais alto quer subir ao mais baixo vem cair»
9-«Quem o alheio veste na praça o despe»
10-«Ovelha que berra bocado que perde»
11- « Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão»
12-« Quem tem amigos não morre na cadeia»
13-Ao menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo»
14-«Ao pra baixo, todos os santos ajudam»
15-«Quem espera,desespera»
A mensagem que estes ditos populares nos transmitem é de uma importância fundamental para a vivência quotidiana de todos nós.
Todos encontramos aldrabões bem falantes, que falam muito e nada acertam. Prometem-nos o céu e a Terra e o que pretendem é enganar-nos, burlar-nos, levar o que é nosso. Bem vestidos, bem calçados não passam de utilizar a linguagem dos ciganos quando querem vender os burros nas feiras ou os relógios nas ruas de Lisboa. Só depois das consequências, como as daqueles que andaram a confiar nalguns Bancos é que se «acorda», mas já é tarde. É o que está a acontecer com os clientes do Banco Privado Português. E por uns, pagam os outros. Por isso é que o Povo acrescenta: atenção -
«Gato escaldado de água fria tem medo» e é para ter... muitos ricos vão a caminho dos sem abrigo, como aconteceu ao emigrante insular....pela falência do Banco.
Artur Monteiro do couto
Sábado, 14 de Fevereiro de 2009
A NOVA VIAGEM DOS SUPOSTOS RICOS PARA O BANCO DA FOME
O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
Forno comunitário da aldeia de SAPIÃOS, concelho de Boticas.
Dada a angústia que se está a viver,
dentro e fora de Portugal, onde vemos corpos famintos e mãos esqueléticas a suplicarem, como há milhares de anos se passou, que deram origem a que se introduzisse na oração cristã Pai Nosso a petição « O pão nosso de cada dia nos dai hoje», isto é dramático.
Passados séculos, são outros famintos, e muitos deles agnósticos, que envergonhadamente, suplicam aos Céus e aos poderosos políticos e organizações de solidariedade social, como o “Banco da Fome “ para que lhes dêem o pão nosso de cada dia para não morrerem eles e a família à míngua. E as notícias que vêm chegando de todos os lados não prevêem o fim da malfadada crise gerada por rapinadores sociais disfarçados de bonzinhos. E as consequências são estas, sobretudo para os vaidosos e incautos que, meses atrás quiseram passear-se por lugares distantes, hospedar-se em bons hotéis, comerem bem e beberem melhor, vestirem-se em lojas de luxo, e tudo com a conivência do sector bancário que lhes fornece cartões de plástico para lhes ajudar a desgraçar o presente e o futuro, como está a acontecer no país real de que Camões, e outros cidadãos que dignificaram a Nação Portuguesa, pelos quatro cantos do Mundo, se envergonhariam de ver.
É uma vergonha ao que estamos a assistir. Os mais responsáveis por toda esta situação continuam a passear-se pelo Mundo e a frequentar bons hotéis e bons restaurantes, a usarem “luvas especiais e couraças para se protegerem da justiça “ e o Zé Povinho honesto e trabalhador é que continua humildemente a rezar nos fornos comunitários transmontanos, quando o lavrador mete a massa do pão no espaço já previamente aquecido:
Cresça o pão no forno
E os bens pelo mundo todo
Paz saúde a seu dono
Pela graça de Deus e da Virgem Maria, um Padre Nosso e uma Ave Maria
E o mesmo povo sério e humilde tem tanto respeito pelo pão que ajudou a crescer, a moer e a amassar com o suor do seu rosto que quando cai um pedacinho no chão, levanta-o respeitosamente e beija-o.
A muitos que abandonaram as terras que herdaram dos camponeses pobres, como os de Barroso, que não fizeram vidas de luxo e que pouparam para deixar aos filhos esse património, se ainda o mantêm, - porque muitos dos herdeiros já o venderam para viver à maneira de muitos aldrabões e desonestos, - não sejam obrigados,agora, a pegar na enxada e na rabiça do arado, porque o Banco da Fome não entrega cartões de plástico a quem a ele recorre, porque o plástico não mata a fome, mas sim, os alimentos que ele distribui, depositados por benfeitores, e esses não chegam para todos.
Deixamos o testemunho da nossa solidariedade para os que estão a sofrer no espírito e na carne as asneiras que outros cometeram.
Artur Monteiro do Couto
Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009
EMPRESAS ESPANHOLAS E AS BARRAGENS DO ALTO TÂMEGA
CONTINUAMOS A ENRIQUECER EMPRESAS ESPANHOLAS E AS PORTUGUESAS A FALIR
NOVAS BARRAGENS NO ALTO TÂMEGA
O Jornal espanhol de grande prestígio“ EL PAÍS “ anunciou no Caderno de economia de 24 de Janeiro 2009,que «O Primeiro Ministro Português, José Sócrates e o Presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, deram ontem, (23), na cidade de Chaves, junto à fronteira com a Galiza, o tiro de partida para a construção de um dos maiores projectos hidroeléctricos dos últimos25 anos na Europa».
O projecto do Alto Tâmega representará um investimento de 1,7 milhões de euros, criará 3.500 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos e produzirá energia suficiente para o consumo anual de um milhão de pessoas.
Antes de continuarmos queremos esclarecer que o Rio Tâmega nasce em
Espanha.
A «Iberdrola», empresa responsável pela execução e
exploração do projecto é espanhola.
O Presidente da “Iberdrola”, em Portugal, é o ex-ministro socialista das
Finanças, Dr. Joaquim Pina Moura.
A Iberdrola desenhou um plano para o sistema hidroeléctrico do Alto Tâmega
de 4 barragens. (Uma começa junto à aldeia de Arcossó, perto
Vidago, concelho de Chaves, prolongando-se a de Padroselos,
Gouvães e Daivões pelos concelhos de Boticas,Vila Pouca de Aguiar e
Ribeira de Pena).
As novas barragens do Alto Tâmega, em princípio, vão representar uma mais-valia importante para as populações envolventes, se forem acautelados alguns factores económicos que defendam os interesses, não apenas dos capitalistas, diga-se, investidores, mas dos que nasceram e sempre viveram pobres, talvez os que tiveram pior qualidade de vida dentro do Torrão Lusitano, a não ser nas belezas paisagísticas e no ar puro que continuam a respirar.
A construção deverá começar em 2012, estando prevista a sua entrada em funcionamento em 2018.
Se acontecer às populações do Alto Tâmega, o mesmo que aconteceu às do Alto Rabagão, que tiveram emigração forçada para os quatro cantos do mundo, sem ficarem com eira nem beira, então, está-se perante mais uma exploração dos pobres que ainda se fazem transportar a cavalo dos burros ou nos carros de bois.
-Acompanhei de perto na década 1960/1970, a luta do Dr. João Canedo, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, apoiado pela Direcção da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, contra a HICA, exploradora das barragens do concelho de Montalegre.
As aldeias perto das quais se produzia a energia eléctrica, esta, passava-lhes por cima para iluminar os cidadãos que viviam a centenas de quilómetros de distância, no Porto ou em Lisboa, e os calças rotas e pés descalços continuavam a utilizar as candeias de petróleo dentro dos casebres cobertos de colmo, como se ainda vivessem na Era da Pedra. E nem as Juntas de Freguesia recebiam um centavo dos lucros chorudos dos investidores.
A terminar, dizemos “ VIVA LA ESPANHA “ e nuestros hermanos,
mas acautelem-se os interesses dos transmontanos e dos «Lusos»
de cá da fronteira.
Artur Monteiro do Couto