belezas paisagisticas e artisticas de Trás-os-Montes
Sexta-feira, 27 de Março de 2009
O PÃO DE CENTEIO PREVINE OS ENFARTES
Modelo de um moinho português -"Jorge Miranda", naFIL-Lisboa-2008
O pão de centeio contribui, mais do que os frutos e legumes, para evitar um enfarte, graças ao seu forte teor em fibras, segundo um estudo finlando-americano publicado na revista « Circulation »., editada em Portugal com o nome de ( Circulação ),sob licença dos editores americanos.
Ao consumirem três fatias de pão centeio por dia, além da sua alimentação habitual, as pessoas idosas que participaram no estudo reduziram em 17% o seu risco de mortalidade por enfarte, segundo os autores do estudo realizado no Instituto Nacional finlandês da Saúde Pública, em Helsínquia, com a participação de investigadores da Universidade de Harvard e do National Cancer Institute Norte Americano.
« Todos os tipos de fibras são bons para o coração, mas o centeio é um cereal-milagre», diz Pirjo Pietinem, um responsável do Instituto Nacional finlandês da Saúde Pública. Além disso, as fibras são essenciais para o bom funcionamento do sistema digestivo. Os finlandeses consomem mais um terço de pão de centeio do que os norte-americanos e a American Heart Association recomenda um aumento do consumo diário ao nível dos finlandeses.
Fica assim demonstrado, cientificamente, que o centeio deve fazer parte integrante de uma alimentação saudável e que de modo algum deve ser substituído por outros tipos de pão, como tem acontecido, ultimamente, na nossa região do Alto Tâmega e Barroso, porque o pão de centeio foi o alimento base de muitas gerações que, ainda hoje, atingem os 80 anos de vida sem recorrerem a medicamentos. Talvez por isso, e por razões históricas, é que assistimos a uma grande preocupação de não deixar perder os moinhos tradicionais para que a gente mais jovem os utilize em proveito próprio nos mais variados aspectos.
Vamos contar-lhes uma história de há cerca de 50 anos:
- Na aldeia de Ervões, do concelho de Valpaços, vivia o menino Armandinho, filho da professora da Terra e de um comerciante abastado. Na aldeia, três ou quatro famílias com mais haveres, começaram a comer o branquinho pão de trigo e a pôr de lado o escuro, fibroso e tradicional pão de centeio, semeado, ceifado, malhado, moído, amassado, fermentado e cozido no forno comunitário da freguesia. Alguns dos habitantes começaram a criticar o Pároco da aldeia por ser considerado rico e continuar a comer o pão escuro, - o dos pobres.
Com frequência, o menino Armandinho ia lá visitá-lo e sempre que o padre estava a merendar começava por dizer: «trata-te Dias se queres viver mais uns anos…». O miúdo, intrigado por ouvir sempre a mesma cantiga, pergunta-lhe: ó senhor abade, porque repete isto tantas vezes?
- Responde-lhe o abade Dias: digo isto porque me criticam por não comer o pão branco dos ricos mas eu prefiro comer o dos pobres porque é muito mais saudável e todo o organismo funciona melhor, por isso, o que me preocupa é ter saúde e não a crítica de quem me chama avarento…
- Quem teria razão? Responderam as investigações dos cientistas.
Terminamos com esta história que me foi contada à hora do almoço do dia 26 de Março do ano 2009, pelo agora Dr. Armando Jorge, em Lisboa.
Também eu fui criado a comer o pão centeio na aldeia de Sapiãos, Boticas – Trás-os-Montes, e continuo a preferir o pão com o farelo que, noutros tempos se dava aos porcos, do que o "aguento" e fofinho pão de trigo.
Agora, umas aspirantes à elegância, outras, para a manterem, chamam-lhe, impropriamente, o pão integral e é esse que preferem saborear e fazer transformar no seu aparelho digestivo, viajando para o circuito do sangue. (Circulation). Bom proveito.
Artur Monteiro do Couto
Sexta-feira, 20 de Março de 2009
PORTUGAL E BRASIL UNIDOS PELAS BELEZAS NATURAIS E PELOS VALORES HUMANOS
Primavera florida Brasil na BTL-2009-Lisboa
Começou hoje a sempre desejada Primavera pela beleza e esperança que nos traz de que toda a natureza se vai transformar em flores nos campos, nas hortas e jardins e, com o perfume que vai pairar no ar, as tristezas recolhidas pelo Inverno gelado e de ventos violentos vão passar férias para outras paragens.
É neste quadro de belezas naturais e artísticas, das festas e romarias que se aproximam, que turistas portugueses e brasileiros se vão cruzar sobre o Atlântico; uns em direcção ao grandioso Brasil que os Portugueses têm ajudado a crescer em todas as dimensões e que até sentem orgulho de se verem ultrapassados pelo Filho ou Irmão... e o mais que sobre ele queiramos dizer; outros, para sentirem de perto a recordação da partida das caravelas.
Temos ao nosso lado imagens de Iguaçu, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais (um vídeo), Ouro Preto, Belo Horizonte, do Recife, Alagoas, e a «Edição especial Brasil, BTL – Lisboa – Janeiro 2009. Grandes profissionais de turismo deram corpo à promoção de todas as vertentes que movimentam multidões num mundo moderno, cujas fronteiras são a falta de haveres de uns tantos milhões.
Desde o Minho e Trás-os-Montes até ao Algarve, ouve-
-se falar um português mais doce, com destaque para os jardins do Mosteiro dos Jerónimos, Centro Cultural de Belém, Padrão dos Descobrimentos, Castelo de S. Jorge, Rossio, Terreiro do Paço, etc..
Ouvindo, à «posteriore», os que partiram e os que chegaram,sentimo-nos felizes por recolhermos testemunhos de momentos encantadores vividos nos dois lados do Atlântico. Foram dias de prazer incomensurável.
Desejamos muita saúde e dinheiro aos cidadãos brasileiros e portugueses( e de todo o Mundo) para que todos os olhos possam contemplar estas maravilhas embelezadas pelos verdes das searas, dos jardins e flores que a Primavera nos vem trazer todos os anos, e a quem, hoje,damos as boas-vindas..
Artur Monteiro do Couto
música: Casa Portuguesa
Sexta-feira, 13 de Março de 2009
OS DIAS E AS DIFERENÇAS ENTRE O NORTE E O SUL DE PORTUGAL
Saiba quantos minutos aumentam e diminuem os dias do ano em
Portugal. Assim, poderá escolher melhor as suas férias.
Janeiro. Durante o mês, o dia aumenta em Lisboa 43 minutos;
no Porto aumenta 47 minutos.
Fevereiro. Durante o mês, o dia aumenta em Lisboa1 hora e 3
minutos; no Porto aumenta 1 hora e 5 minutos.
Março. Durante o mês, o dia aumenta em Lisboa 1 hora e 16
minutos; no Porto, 1 hora e 23 minutos.
Abril Durante o mês de Abril, o dia aumenta em Lisboa,1hora
e 9 minutos; no Porto, aumenta 1 hora e 14 minutos.
Maio Durante o mês, o dia aumenta em Lisboa 51 minutos;
no Porto 56 minutos.
Junho Durante o mês, o dia aumenta em Lisboa 10 minutos;
no Porto, aumenta 11 minutos.
Julho Durante o mês, o dia diminui em Lisboa, 38 minutos;
no Porto, diminui 42 minutos.
Agosto Durante o mês, em Lisboa, o dia diminui 1 hora e 6
minutos; no Porto diminui 1 hora e 12 minutos.
Setembro Durante o mês, o dia diminui em Lisboa 1 hora e 12
minutos; no Porto, diminui 1 hora e 18 minutos.
Outubro Durante o mês, o dia diminui em Lisboa, 1 hora e 11
minutos; no Porto, diminui 1 hora e 14 minutos.
Novembro – Durante o mês, o dia diminui, em Lisboa, 52 minutos;
no Porto, diminui 56 minutos.
Dezembro - Durante o mês , o dia diminui, em Lisboa, 28 minutos;
no Porto, diminui 29 minutos.
Atenção aos ensinamentos populares para sabermos quantos dias tem cada mês do ano.
« Trinta dias tem Novembro, Abril, Junho e Setembro; - de 28 só há um (Fevereiro), e os outros são de 31 (dias).»
Coordenação de Artur Monteiro do Couto
Sábado, 7 de Março de 2009
OS SINOS DAS ALDEIAS DE PORTUGAL - MENSAGEIROS DE ALEGRIAS E TRISTEZAS
O adro de uma aldeia transmontana (SAPIÃOS-Boticas) com os sinos no campanário - séc.XVIII.
Numa época de meios de comunicação altamente sofisticados: satélites, televisões, rádios, telefones, telemóveis, etc., os velhos SINOS instalados nas torres (campanários) das igrejas continuam a exercer as funções de anunciar, às populações, notícias de alegrias e tristezas.
Anunciam alegrias quando repicam, (o sineiro bate directa e repetidamente com o badalo contra o sino), nos baptizados, na véspera de natal, ressurreição de Jesus Cristo, na Páscoa; e quando o sineiro o acciona com a cremalheira, a que o povo designa por o sino a dobrar, nos dias festivos, a anunciar que a banda musical chegou à aldeia e vai começar a arruada (banda percorrendo as ruas a tocar), antes das cerimónias religiosas, aos domingos, e dias da semana.
O sineiro, homem que sabe tocar o sino, consegue variar os sons conforme os actos que quer anunciar. Para anunciar a morte de um homem, toca três vezes seguidas, com um intervalo de 1 minuto; para anunciar a morte de uma mulher, toca duas vezes; o povo diz, se dá duas ou três carreiras, que os sinos estão a dobrar a finados. Na morte dos “anjinhos”,(crianças de tenra idade), repica o sino em sinal de que um anjo partiu para o céu.
O toque das Ave-Marias, Trindades e das Almas, prática que se usava quase em todo o país está muito ligado à crença religiosa e também a algumas superstições. Uma das crenças mais arreigadas no povo transmontano era o toque para afugentar as trovoadas.
Transcrevemos do poema “ Toque das Ave Marias” da Antologia de Poetas de Sempre coordenada por Barroso da Fonte:
«Os melros cantam
Canta a cotovia
Chegam os pastores
Quando acaba o dia
Cuidados tamanhos
Com os seus rebanhos.
Mal ouvem o sino
De chapéu na mão
Param e rezam.
Ave Maria
O sino também tinha a função de convocar o Conselho da Aldeia, (os ajuntamentos), presididos pelo Presidente da Junta da Freguesia para resolver problemas colectivos; início dos trabalhos nos caminhos, arranjar os regos da água de rega, a arrebate, em casos de anomalias na vida comunitária, quando há incêndios, etc..
Os relógios modernos, de torre ou campanário, fazem-
-se ouvir por toda a aldeia, e pelos campos agrícolas, utilizando, ainda, os sinos.
Muitas destas tradições estão a perder-se à medida que as alterações sociais se vão operando. Mas vão ficar as saudades de todos os que vivemos esses tempos de paz e de solidariedade convocada pelos sinos quando a casa do vizinho estava a arder e ainda se desconhecia a palavra
“ Bombeiros “ e carros de incêndios; ou se suspendiam os trabalhos nos campos, quando os sinos anunciavam os funerais dos vizinhos, para os acompanhar à última morada.
Fiquemos nós, agora, com as recordações agradáveis declamadas pelo Grande artista do saber dizer, “ João Vllaret “ que rende a sua homenagem à voz dos sinos, ao teatro vivo das procissões, à decoração das ruas e à participação respeitosa dos cidadãos nas demonstrações religiosas das comunidades, recitando o poema de António Lopes Ribeiro, conhecido como homem de cinema:
«Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão,
Na nossa aldeia,
Que Deus a proteja,
Vai passando a procissão.»
Ler o poema todo na internet.
Artur Monteiro do Couto