belezas paisagisticas e artisticas de Trás-os-Montes
Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009
NAPOLEÃO DAS FLORES E REI DOS FLORISTAS
JARDIM CONSTANTINO EM LISBOA
Os Portugueses da Diáspora, ao longo dos séculos, sempre honraram a Pátria que lhes serviu de berço.
Hoje, e aqui, vamos registar a história linda de um transmontano nascido a 18 de Agosto de 1802, em Torre de Moncorvo, Bragança.
Foram as flores que o celebrizaram em França, Inglaterra, Alemanha, Nápoles e Roma, tornando-se famoso em toda a Europa, convivendo com a mais alta aristocracia, sempre muito solicitado pela criatividade dos seus arranjos florais e pela beleza das suas flores, fossem elas naturais ou artificiais. As suas mágicas flores foram apelidadas de “constantinas”. E a ele, apelidaram-no de “ O Napoleão das flores”, “ o rei dos floristas “ e “a mais brilhante inteligência estética dos tempos modernos “. Tudo isto está documentado na Revista Municipal de Lisboa, nº 69-segundo trimestre de 1956.
Em 1839 já era tido como fornecedor oficial da Casa Real de França. A Rainha D. Amélia disse-lhe: « As suas flores têm apenas uma diferença: « as naturais murcham e as criadas por si, (artificiais), não…estão sempre belas.»
Amália Rodrigues confessou a João da Costa Cascais « ir ver chapéus de Itália, coisa do melhor gosto!... e flores constantinas do maior apetite! As damas divinas!
E mais não dizemos sobre o jovem transmontano que deixou os seus pais a chorar, como tantos outros, quando partiram, mas que os cobriu de glória pelo seu talento e trabalho.
A Câmara Municipal de Lisboa, por proposta do Presidente Rosa Araújo, homenageou o transmontano, saído da sua terra natal, sem eira nem beira, atribuindo, em 1889, ao jardim que vemos na imagem, o nome de Constantino.
É com uma certa emoção que vemos um ilustre desconhecido e deserdado da fortuna na sua terra natal transformado e reconhecido como o «rei dos floristas» de quem a fama tomou conta. E eu sou um beneficiário directo porque todos os dias o vejo das janelas da minha residência e descanso, de vez em quando, sentado nos seus bancos. Bem próximo da Portugália, a primeira fábrica de cervejas em Portugal.
No dia 1 e 2 de Novembro rendemos homenagem aos que nos precederam, celebrando a Festa de Todos os Santos e os Fieis Defuntos. Isto mexe directamente com a nossa sensibilidade porque recordamos os nossos familiares e amigos que nos deixaram cheios de saudades. Há painéis espalhados por todo o Mundo Cristão a recordar-nos essas datas de emoção e carinho. Sejamos dignos dos nossos maiores.
Artur Monteiro do Couto
Recordando os Fieis defuntos.
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009
DE MOLEIRO EM PORTUGAL A BANQUEIRO em NEWARK
PRESIDENTE DO LUSITANIA BANK dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
( NA SALA DE INFORMÁTICA da BIBLIOTECA DE BOTICAS EM AGOSTO 2009)
Por entre serranias deslizam as águas das chuvas e das nascentes com velocidades ultra-rápidas, variando conforme os declives dos leitos e a intensidade das águas pluviais.
A energia hídrica assim produzida foi aproveitada pelos montanheses que tinham necessidade de transformar os cereais em farinha para se alimentarem a si próprios, aos vizinhos e aos animais.
Assim nasceram os moinhos movidos a água na era pré-industrial, e ainda hoje encontramos muitos deles recuperados e bem conservados, em locais bucólicos onde o som estridente do rodízio e das mós se mistura com o cantar das águas que vão deslizando ribeiro abaixo entre montes e vales em direcção ao Atlântico. Conservamos na memória esta vivência idílica da juventude junto desses verdadeiros testemunhos da inteligência e da criatividade dos ilustres cidadãos anónimos que contribuíram decisivamente para serem copiados pela engenharia moderna.
Hoje, todavia, não é de moinhos de vento, de água ou de marés que queremos falar. Queremos, sim, referir um jovem moleiro, filho de moleiro, que aos 18 anos, com o exame da antiga quarta classe feito na escola primária local, mais a frequência lá na terra de um curso de formação agrícola e a leitura de alguns livros da biblioteca itinerante da Fundação Gulbenkian, trocou a alvura da farinha e do burro, seu parceiro de viagens, pelo sonho de conhecer novos mundos e alterar o seu “modus vivendi”, onde o burro fosse substituído pelo automóvel e a maquia dos clientes pelos dólares.
Efectivamente, o sonho comandou-lhe a vida. No outro lado do Atlântico, em NEWARK, trabalhou, estudou, e manteve o espírito de solidariedade transmontana. Com uns amigos seus comprovincianos, fundou uma Mútua para apoiarem os mais carenciados. E este espírito de solidariedade foi altamente recompensado. Sem o saberem, estavam a lançar as bases de um Banco, que obtido o Alvará, baptizaram com um nome bem português: “ LUSITANIA SAVINGS BANK fbs “. E deste modo, o jovem iniciado na molinagem (moinhos), graças à sua capacidade de trabalho e inteligência passou de “ Moleiro”em perspectiva, para “Banqueiro”, sendo o seu Banco, e o dos seus associados, Senhor de um estatuto igual ao dos maiores Bancos portugueses. E o rapaz, Augusto Gomes, que deixou Boticas aos dezoito anos é o seu Presidente, sempre escolhido pelos seus pares para o exercício dessas funções.
Ao falarmos deste caso, queremos que ele sirva de exemplo para os nossos jovens se não deixarem abater por situações que parecem conduzir ao insucesso. «Querer é poder» quando verdadeiramente se quer uma vida melhor construída com trabalho realizado com inteligência, humildade, poupança e investimento nos projectos em que se acredita.
Querem tirar a prova dos nove ao que acabo de citar?
e verão que não estive aqui a vender gato por lebre.
Aos muitos milhares de jovens licenciados, que estão no desemprego, deixamos esta esperança de dias melhores.
Aos milhões de emigrantes portugueses que vivem e trabalham por esse mundo além, mandamos um abraço de estima, solidariedade e o desejo de que os seus sonhos sejam realizados.
Artur Monteiro do Couto
Sábado, 17 de Outubro de 2009
A ARTE NASCEU COM ELES NO MEIO DAS MONTANHAS
CANASTRO OU ESPIGUEIRO do ARTESÃO MANUEL GONÇALVES "ROMÂO"
ESTE BURRO NÃO É FILHO DE BURROS
Há grandes artistas pelo mundo todo que nunca frequentaram as Escolas de Artes e por isso não são classificados de Mestres, Escultores, Arquitectos ou Doutores porque nasceram ricos em inteligência e criatividade mas pobres em dinheiro para desenvolver as suas capacidades nos grandes Centros do Saber. Esses sábios dos pobres têm a classificação de artesãos. E com os canivetes e pouco mais fazem verdadeiras obras de arte, como se tem visto nas Feiras Internacionais de Artesanato, em Lisboa, apoiadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Temos no nosso pensamento a célebre Rosa Ramalho, o seu Cristo em cerâmica, o Galo de Barcelos, etc., mas hoje não vamos alongar-nos mais. Quero apenas trazer a público dois artesãos da minha aldeia que trabalham por desporto. Não precisam do artesanato como aumento dos seus rendimentos. Trabalham por amor à Arte.
São eles o Manuel Gonçalves “Romão”, autor do canastro, símbolo de milhares deles dispersos por todo o Norte de Portugal, destinados a secar as espigas do milho
e
João Teixeira, autor do burro, de dinossauros, de vacas, etc..
- Se quiserem ver artesanato coberto de ouro, e outros adornos, então, terão de visitar o belíssimo altar, estilo Barroco, feito por artesãos dos primórdios do século XVIII, na capela da Senhora dos Anjos, datada de 1724, na referida aldeia de Sapiãos, concelho de Boticas.
Aqui fica a nossa homenagem aos numerosos artesãos portugueses que nunca viram os seus méritos reconhecidos.
Artur Monteiro do Couto
Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009
NA MINHA TERRA COME-SE BEM
A FIANDEIRA TRABALHA NA COZINHA JUNTO DOS POTES QUE COZEM OS ALIMENTOS.
Para uma interpretação correcta do tema, devo esclarecer:
Ponto único. Na minha Terra, concelho de Boticas, Trás-os-Montes, um turista, comer bem ou comer mal depende de algumas variantes a considerar:
- Se tem dinheiro para pagar cerca de 20 (vinte) euros por pessoa e por refeição, pode escolher à lista e comer bem, na Albergaria Rio Beça, na Estalagem de Carvalhelhos, no Restaurante o Caçador,-em casas particulares- se for convidado, - e na aldeia típica de Vilarinho Seco (Alturas do Barroso)–Casa do Pedro -recuperada com apoios Comunitários. Nesta, com todas as características da Idade Média. Só que, para saborear um bom cozido à Barrosã, convém ir no dia certo ou juntar-se com uns amigos e encomendá-lo com antecedência. Então, poderá comer, sem gritar por mais, a não ser em dias subsequentes,: salpicão, toucinho, presunto, farinheira, chouriça de carne, vitela barrosã, devidamente certificada, batatas, nabos, couves frescas, apanhadas na horta minutos antes de entrarem no pote de ferro com três pés, e uma boa sobremesa caseira, à escolha. (Tudo, produtos regionais.)
Para alegrar o convívio e despertar mais o paladar, poderá beber um bom vinho tinto, o tal remédio para as doenças de estômago mencionado num dos livros do Professor Doutor Armando Moreno - médico, que em tempos não muito longínquos deu voz ao programa “ Viver com Saúde “ na RTP, produzido pela Videofono, editora, também, dos programas do Professor Doutor José Hermano Saraiva, agora a festejar os 90 anos do seu nascimento.
- Se a tensão arterial lho permitir, tome um café e beba uma bagaceira regional, numa dependência contígua à sala de refeições e junte, aos sabores, as belezas das paisagens criando no seu íntimo a sensação de estar num mundo divinal onde as modernices citadinas ainda não estragaram o que fez a mão do Criador.
A seguir, dê um breve passeio, a pé, até aos “Cornos das Alturas do Barroso” e basta para se sentir bem e não criar “barriga de vaca”, continuando elegante.
- Se é um “teso” e apenas souber contar uns magros cêntimos, então, poderá comer pouco e mal numa “tasca”, ou ter a sorte de encontrar alguém que conserve a tradicional bonomia transmontana do “ Entre Quem É “ e oferecer-lhe um bocado de pão centeio, presunto e vinho…- porque lá diz o ditado popular . «Quem não tem dinheiro não tem vício», neste caso, de comer bem e à farta.
- Diz a sabedoria popular: «Cada boca seu paladar». E o meu paladar contenta-se a saborear um frango caseiro estofado com azeite, tomate, alho, cebola, pimentos, salsa, folha de louro, alecrim e umas batatas cozidas no pote ao calor da lareira. E nessa altura, meio litro de “vinho dos mortos” a entrar pela boca, na adega passageira, e a suavidade alcoólica dos 11 graus, a subir ao cérebro, parece que estamos a viver no paraíso…
Aqui fica uma súmula do que pode constituir “ Comer bem na Minha Terra” e onde.
A escolha é sua. Desejamos-lhe bom apetite e algum dinheiro disponível para saborear os petiscos regionais.
Se quiser uma lista das ementas mais saborosas, peça-as no sector do Turismo da Câmara Municipal e recomende que lhe forneçam,sobretudo, as do extinto Restaurante Santa Cruz, elaboradas pelas proprietárias, irmãs Zulmira e Lurdes Cruz. Não o podemos fazer aqui, se não, em vez das recomendadas 25 linhas, teria de apresentar o esboço de um livro.
Desejamos a todos os que nos estão a ler que comam bem mas que não ponham de lado o sentido da estética e não partam os espelhos porque eles não têm culpa das banhas a mais de ninguém!...
Artur Monteiro do Couto
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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009
E DA ÁGUA SE FAZ VINHO
O SABUGUEIRO E A BAGA
O Vinho português tem ganho vários prémios a nível internacional nos concursos em que os Enólogos não conhecem as proveniências. São famosos os vinhos do Douro, do Alentejo e do Dão, tintos e brancos, para acompanharem as refeições de carne e de peixe, queijos ou outras delícias gastronómicas.
Não há festa sem um bom vinho. O primeiro grande testemunho histórico foi o dito milagre numas núpcias (casamento) em Caná. Refere-se que quando os convivas beberam o vinho calculado como satisfatório em quantidade, a Mãe de Jesus foi dizer-lhe que o vinho estava a acabar e acabando-se o vinho acabava-se a festa… Momentos depois, diz a Bíblia, que Jesus Cristo transformou a água em vinho. (João. 2, 1-18). E a festa continuou rija; comeram, beberam, dançaram e a noiva foi capaz de, depois, repetir o que se diz no «Cântico dos Cânticos» Capítulo 1 Cena 1:« Oxalá (o noivo) me beijasse com ósculo de sua boca! Sim, as tuas carícias são mais suaves do que o vinho (…) Introduze-me, ó Rei, nos teus aposentos, alegrar-nos-emos… recordaremos as tuas carícias…tem-se razão de amar »
E o vinho contribuiu, certamente, para que o amor se intensificasse e a noite de núpcias se tornasse inesquecível.
«O bom vinho também faz milagres, alegrando o coração dos homens e fazendo cantar as mulheres.»
Mas, infelizmente, também há os mixordeiros sem escrúpulos que deram origem ao dito repetido vezes sem conta: «da água também se faz vinho …»; e na minha terra, disseram-me que pessoas ali da região enriqueceram à custa da mentira vinícola, e para darem mais cor ao vinho que não prestava, utilizavam várias mistelas químicas e a baga do sabugueiro, como aquela que vemos na imagem, para enganarem os pouco exigentes. Fiquei um bocado perplexo mas acreditei porque há safados para tudo e em toda a parte. Aliás, numa das manifestações sindicais, em Lisboa, na Praça do Chile, ouvi um cliente das tascas a gritar animadamente:
«Precisamos de criar o sindicato dos bêbados para que não nos deitem água no vinho»… Testemunho pessoal sob palavra de honra. (arturcouto).
Para se não deixar enganar e estragar a saúde, tenha cuidado e escolha um bom vinho certificado e recomendado por quem sabe.
Artur Monteiro do Couto
GRANDE MAGUSTO DA CASA DE TRÁS-OS-MONTES
E
ALTO DOURO DE LISBOA,
no dia 8 de Novembro, no
Externato Marista, Rua de S. Neutel nº11, junto ao Estádio do Benfica.
Transportes:
Metropolitano – Estação Alto dos Moinhos.
Autocarros - nº 16 – 54 – 746 – 758 – 768.
Venha celebrar a festa de S. Martinho com música, saborosas castanhas, bom vinho e outros produtos regionais de qualidade.
Informe-se de mais pormenores pelo telefone:
217939311
Quinta-feira, 1 de Outubro de 2009
ROBERTO LEAL TRANSMONTANO ILUSTRE CIDADÂO SEM FRONTEIRAS.
ROBERTO LEAL EM DIÁLOGO DE CORAÇÃO ABERTO
É admirável ouvir a história brilhante de um menino nascido na aldeia de Vale da Porca, distrito de Bragança, e que do colo da mãe voou para a grandiosa cidade brasileira de São Paulo, fundada e desenvolvida com o trabalho árduo de milhares de outros transmontanos que desde o século XVI ali viveram, entre eles o missionário padre Manuel da Nóbrega, natural de Sanfins do Douro, cresceram e a maior parte deles não mais voltou às suas origens.
O musicólogo e grande artista da canção, Roberto Leal, encanta os participantes nos seus espectáculos pela alegria que lhes transmite e pela transcendência espiritual que lhes inspira ao falar com entusiasmo da sua fé em Deus, Senhor da sua vivência, dos seus êxitos e da transformação por ele operada, de menino pobre, tímido, rústico, vendo-se agora transformado num cidadão do mundo, admirado e aplaudido pela globalidade dos seus talentos e da capacidade de amar, de sorrir e de chorar, em momentos de alegria, de tristeza ou de emoção quando recorda o torrão natal. Orgulha-se de ser Português e de espalhar a cultura portuguesa por esse mundo sem fronteiras. Também nós nos orgulhamos dele e desejamos o maior sucesso no Projecto Musical já começado “ RAIÇ / RAIZ “, recolha que pretende fazer de norte a sul de Portugal. Saiu o primeiro CD, com músicas de influência nordestina- (portuguesa) e da raia espanhola/Mirandesa.
Assistimos em directo pela RTP nos programas: “Portugal sem Fronteiras” e “Portugal no Coração”, a uma musicalidade rara, saída dos instrumentos e das vozes dos intérpretes.
Se procurar no Google: roberto leal, encontrará muitas dezenas de blogs, portugueses e brasileiros, que nos deixam admirados com a dimensão deste “ Cara…” inteligente, bem-falante, óptimo cantante e não menos bom actuante em palco!..., nascido no concelho de Macedo de Cavaleiros, tão serrano como o meu.
Registamos com muita admiração todo o seu percurso e aqui deixamos registado o nosso testemunho.
As melhores saudações à Comunidade Luso-Brasileira e à CASA DE PORTUGAL, em São Paulo, presidida pelo ilustre Flaviense, Comendador António Ramos, grande amigo e admirador de Roberto Leal. Desejamos a todos os luso-brasileiros, e seus descendentes, os maiores sucessos artísticos e empresariais.
Artur Monteiro do Couto