foto de C.B.C.
Dorme, dorme meu menino,
Foi-se o Sol, nasceu a Lua.
Qual será o teu destino?
Que sorte será a tua?...
Riquezas tenhas tão grandes,
E tal bondade também,
Que ao redor donde tu andes
Não fique pobre, ninguém.
Que a todos chegue a ventura;
Toda a boca tenha pão,
Toda a nudez cobertura,
Toda a dor consolação…
Mas, se o oiro é mau caminho,
- Antes tu venhas a ser
O pobre mais pobrezinho
De quantos pobres houver.
(…) (…)
Augusto Gil
Uma bela lição de vida que as mães, geralmente, dão aos seus filhos.
Pena é que os exemplos consumistas das sociedades modernas, veiculadas por todas as formas de publicidade, invertam os desejos honestos dos seus filhos.
As melhores felicidades, e parabéns a todas as mães que defendem a
verdade e a justiça.
Aqui nos associamos à CANÇÃO DO grande poeta AUGUSTO GIL, um tributo inesquecível às nossas mães.
Artur Monteiro do Couto
Provérbio: «Mocidade ociosa
Traz velhice vergonhosa»
Otelo saraiva de Carvalho confessa-se desiludido e arrependido
Decorridos 37 anos após a revolta militar que depôs o Estado Novo iniciado pelo Professor Doutor Oliveira Salazar e terminou com outro Professor sábio e honesto, Marcelo Caetano, o Coronel Otelo Saraiva de Carvalho fez várias declarações confessando que se soubesse o que sabe hoje, face à miséria económica e à falta de honestidade de muitos senhores ligados ao poder, nunca teria colaborado com os revoltosos, embora se não queixe dos que lutaram a seu lado cheios de boas intenções, sujeitando-se a possíveis e graves consequências.
Hoje, toda a gente honesta está de acordo com Otelo. Uma nova espécie de assaltantes arruinou Portugal e transformou-o num mendigo que nos envergonha a todos, excepto os que criaram e aumentaram as suas contas bancárias e passam férias em hotéis de cinco estrelas sem qualquer castigo pela delapidação do património moral e financeiro gerado pelo suor e lágrimas de cidadãos descalços e famintos, obrigando-nos a uma colonização estrangeira que nunca sonhámos ter.
Paulo de Carvalho, autor e cantante da música « E DEPOIS DO ADEUS » que serviu de sinal para os militares pegarem nas armas e saírem para a rua pôr fim a 41 anos de Estado Novo, em 24 de Abril 2011, num telejornal, confessa-se desiludido e desabafou:« …económica e socialmente, passados 37 anos, estamos a andar para trás…»
Para que não restem dúvidas da violência das afirmações que acabamos de escrever,
vamos socorrer-nos do Jornal Expresso do dia 22 de Abril 2011:
« Mário Crespo : “Só por alucinação colectiva, os responsáveis por esta desgraça poderão voltar a governar».
« Miguel Sousa Tavares: “Portugal vive, há mais de 30 anos, na ilusão de que pode progredir sem ser por mérito e esforço.»
« Nicolau Santos: “Temos pela frente um ajustamento a 10 anos, em que a classe média empobrecerá.»
« Luísa Schmidt: “As ruturas sociais tendem a trilhar dois caminhos: pedir e roubar.»
« Rui Ramos: “ Em Portugal são os lugares que fazem os políticos.»
«Daniel Bessa: “O problema não foi não termos pago as dívidas mas deixar esgotar o crédito.»
«Editorial: “Acabar com governos civis, fundir autarquias, mover funcionários, encerrar institutos, chegou a hora de fazer tudo isto.»
É pena que só metam nas cadeias os que roubam um par de sapatos para se abrigarem do frio; os que roubam para comer, porque lhes não pagam os salários ou os miseráveis sem abrigo que vejo diariamente a fazer as necessidades contra as paredes, no centro de Lisboa, próximas da Igreja e da Esquadra de Arroios. (com as casas de banho encerradas por ordem da autarquia… no Jardim Constantino.)
Cada um de nós não pode alijar a sua culpa, quando por desinteresse social e cobardia não tenta informar-se e escolher os mais sérios e competentes para tirar o país desta vergonha nacional e que a cultura dos cravos seja vista com outros olhos: confiança, verdade e esperança em dias melhores.
Hoje mesmo, o actual Presidente e os ex-Presidentes da República vivos, estão a dar-nos uma lição do dever que todos nós temos de colaborar, cada um à sua maneira, para vencermos esta vergonha por que todos os Portugueses estamos a passar, mercê de incompetentes escolhidos por alguns bem intencionados, e outros à espera que explorem os mais fracos para os enriquecerem a eles e aos seus familiares.
Esperemos que o Professor Cavaco Silva, o Dr. Mário Soares, Dr. Jorge Sampaio e o General Ramalho Eanes sejam ouvidos e o seu testemunho frutifique.
Artur Monteiro do Couto
A alegria nasceu de um acto lamentável e de tristeza profunda:
a crucifixão e morte de Jesus Cristo - acontecimento histórico indiscutível.
Referimo-nos à festa da Páscoa da Ressurreição, à visita Pascal do Pároco a casa dos paroquianos e à reunião das famílias, saboreando uma gastronomia característica da época; sobretudo o folar e o cordeiro.
Durante a Idade Média existiu um teatro religioso, nascido, em parte, das representações litúrgicas do Natal e da Páscoa.
Em Portugal, esse tipo de composições dramáticas atingiu o auge com Gil Vicente, no século XVI, tendo mesmo sido considerado o pai do teatro português.
No século XXI, o Auto da Paixão continua a ser representado em muitas aldeias de Portugal, concretamente, no dia de hoje, em Vilarandelo, concelho de Valpaços, tendo como actores principais os tratadores de videiras, dos pomares e outros trabalhos agrícolas, de escritórios, etc….
Depois de ensaios, durante meses, de voluntários anónimos, milhares de pessoas sentiram a mistura da paixão de Cristo com a surpresa de verem amigos seus a serem aclamados em palco, como acontece com artistas profissionais.
As receitas destinam-se a restaurar o altar da igreja paroquial.
Parabéns ao Padre Jorge Fernandes e seus colaboradores pela iniciativa.
Que todos nós vivamos a nossa vida sem as dores de grandes paixões; são os nossos votos.
Artur Monteiro do Couto
A Banda de Música de Sendim, concelho de Tabuaço, formada por 45 elementos saídos da escola de música apoiada pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia é um exemplo de como se podem educar os jovens e as populações pela arte.
Em Lisboa, na festa do folar promovida pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, puseram toda a gente a dançar recordando as tradicionais festas regionais, onde tudo era alegria e fontes de amores e casamentos.
Parabéns ao Maestro Jaime Pedruco pela qualidade musical saída dos alunos da sua escola. Continuem a deslocar-se a França, a Lisboa, porque tendes méritos para o sucesso.
A merenda e as vendas dos expositores vindos de Chaves, Valpaços, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e de outros concelhos foram um êxito.
Artur Monteiro do Couto
A NOSSA ALDEIA E LISBOA.
O FOLAR DA PÁSCOA VAI DESCER À CIDADE.
No “livro da terceira classe” por onde estudámos a língua portuguesa, pelos anos 1950? e décadas seguintes…
estava inserido um texto que punha em comparação a grandeza e beleza de Lisboa e a aldeia que foi deixada nas origens dos migrantes para a Capital.
Vamos transcrever uma parte do pequeno texto, que, actualmente, se refere à vivência de muitos de nós que vivemos e trabalhamos na rainha do Tejo:
«…Falava de coisas da sua terra distante que era um nunca mais acabar!
A matança dos porcos, as filhós e o madeiro do Natal, o recolhimento das pessoas durante a Quaresma, a procissão de domingo de Ramos, em que não falta rapaz com seu ramo de oliveira e alecrim, os bolos da Páscoa, os encantos das romarias, as malhas, a vida rude e pastores e lavradores, - tudo o João Rodrigues ia contando aos primos (lisboetas), cada vez mais interessados pela vida campesina.
Um deles chegou a dizer-lhe:
- Estou a ver que a tua aldeia é mais linda que a nossa Lisboa…
- Lá tanto não digo. A gente, quando aqui chega, fica deslumbrado com todas estas grandezas. Vós deveis gostar muito de Lisboa, que é linda na verdade. Eu também gosto, principalmente do Tejo e do Jardim Zoológico; mas não lhe tenho amizade. A minha aldeia, essa trago-a no coração. É a minha terra!
O tio Mário, que o ouvira, de passagem pela sala onde os pequenos se encontravam, não pôde conter-se que não dissesse:
- Gosto de te ouvir, rapaz. Sabes ser fiel ao amor que deves à terra em que nasceste.»
Posto isto, informamos todos os nascidos e amigos dos transmontanos e altodurienses que parte das suas terras estarão presentes com a festa do Folar da Páscoa, em Lisboa, no Externato Marista, rua de S. Neutel, nº 11, junto ao Estádio do Benfica, no dia 17 de Abril, Domingo de Ramos. A partir das 11 horas já há venda de produtos regionais. A partir das 14 horas há música e abundante merenda pelas 16 horas, até às 19.
Entrada livre.
A merenda, incluindo bebidas, custará apenas 5 euros, para ajuda das despesas.
A Direcção da Casa de Trás-os-montes e Alto Douro pretende, somente, cultivar o amor à terra.
Artur Monteiro do Couto
CANÇÃO DA CANDEIA ACESA
Humilde candeia acesa
Em casa de cavador;
Luz da pobreza – bendita!
Luz infinita de Amor!
Vem p`la noite negra adiante
Um homem que se perdeu…
Vê no escuro uma estrelinha,
Lá tão distante…
Mas na terra, não no céu…
E diz-lhe a vaga luzinha
- Olha p`ra mim, e caminha,
Vem até mim, que sou eu…
E ele chega àquela porta,
Nela bateu…
Abre-se a porta, e ei-la acesa
- parece o Sol –
em casa do cavador;
luz da pobreza – bendita!
Luz infinita do Amor!
A.Correia de Oliveira
Provérbio: « Candeia que vai à frente alumia duas vezes»
Muitos dos nossos visitantes nasceram, cresceram, viveram e estudaram à luz da candeia acesa, a petróleo ou a azeite.
Aqui deixamos mais um poema do grande poeta a recordar esses tempos de humildade, pobreza e realidade de ricos e pobres em tempos não muito distantes para muita gente e de um misto de saudade para todos.
Peça aos seus avós que lhe contem factos vividos à luz da candeia, aos serões.
PELA PÁTRIA Foto arturcouto
Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as árvores, ama. E, se puderes,
- E poderás; tu podes quanto queres –
Vai-as plantando à beira do caminho.
Hoje, uma, outra amanhã, devagarinho,
Serão em fruto e em flor quando cresceres;
Façam os outros como tu fizeres;
Aves de Abril que vão compondo o ninho.
Torne fecunda e bela, cada qual
A terra em que nascer; e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.
Fortes e unidos, trabalhai assim…
A Pátria não é mais do que um jardim,
Onde nós todos temos um canteiro.
A. Correia de Oliveira
Bela mensagem do POETA que nos é dirigida - a todos nós, cidadãos do Mundo!...
Devemos amar a voz da poesia para a nossa vida se transformar num belo jardim primaveril, onde o Amor seja fecundo...