VIVO OU MORTO - EIS A QUESTÃO
Na cidade de CHAVES, passeava-se um jovem casal que tinha descido da aldeia para comprar na loja do Senhor Belmiro uma televisão das modernas, que vão substituir as antigas a partir de Janeiro 2012. Junto da loja de móveis da mesma rua, encontraram um cão deitado e observando-o bem, um dizia que tinha sido algum bandido que o tinha envenenado para assaltar as vivendas da Avenida dos Quartéis sem os proprietários darem por isso. O outro ia dizendo: “Quando se está a dormir um sono profundo não se dá por nada”.
Uma pessoa que ouviu, acrescentou: “Conheço um casal em Lisboa, que lhe entraram em casa pela janela, passaram pela cama onde dormiam, roubaram-lhes o ouro guardado numa das gavetas e saíram tranquilamente pela porta principal…Palavra de honra que não é mentira.
- Ela comentou: «não me digas que passados nove meses nasceu o bebé…»
Nessa tarde fazia um calor de abrasar e os transeuntes que viam o animal iam tecendo os mais variados comentários:
«Se fosse da raça da cadela do Presidente Obama, da América, não estava aqui a viver ou morrer como os sem-abrigo de Lisboa. A gente olha para alguns que vivem junto à Portugália, deitados nos passeios ou à entrada das portas e nem sabemos se estão vivos ou se estão mortos. Só se tem a certeza quando chegam as Ambulâncias amarelas do INEM.
- Nisto, o cão volta-se com um olhar doce e apaixonante,
talvez, à semelhança do que aconteceu na troca dos primeiros olhares do jovem casal,
e os presentes desabafaram: « bem diz o Povo que os ricos, os ladrões e os malandros que não querem trabalhar e recebem os subsídios do Estado «levam vida de cão» e ainda se ficam a rir de nós, humildes trabalhadores sem o rendimento mínimo garantido.
Artur Monteiro do Couto
OS INCÊNDIOS E A FALTA DE ÁGUA MOTIVAM O DESPREZO DAS TERRAS.
AS BARRAGENS EM “PRÓS E CONTRAS”
Abrimos este assunto que tão discutido tem sido, com um pequeno número de portugueses contra e significativamente mais a favor da construção das mesmas, com umas observações publicadas ultimamente nos meios de Comunicação Social:
- Bragança teve de ser abastecida de água, pelos bombeiros, extraída da barragem do Azibo, Macedo de Cavaleiros.
- A falta de chuva dos últimos meses secou a barragem do Alto Lindoso e, passados 20 anos, muitos habitantes puderam ver os restos das casas que tiveram de abandonar, quando a barragem começou a encher.
- Os preços da água continuam a subir e muitas famílias não podem suportar os custos.
-O preço da electricidade tem vindo a subir. «É urgente aumentar a produção de todas as fontes de energia.»
- Chegou a chuva em 23 de Outubro, e a neve à Serra da Estrela no dia 25; e com elas, surgiu uma nova esperança para os agricultores.
Posto isto, passemos à água e às barragens.
- JORNAL EXPRESSO de 22 de Outubro, página 4: « Candidatura Conjunta; Portugal e Espanha querem Agência da Água. Forum Mundial Lisboa 21...»
Passo a transcrever do Jornal EXPRESSO de 15 de Outubro 2011, página 29 (primeiro caderno) algumas declarações da autora, Dulce Álvaro Pássaro (ex –Ministra do Ambiente do anterior Governo do Eng.º José Sócrates)- que são uma resposta àqueles que manifestaram à TROIKA a sua oposição ao Plano Nacional de barragens do Governo, considerando-o “um desastre económico e ambiental”.
«PLANO NACIONALL DE BARRAGENS: DESASTRE OU MAIS-VALIA?»
« Sendo clara a mais-valia do PNBEPH para a consolidação das políticas energética e ambiental num contexto de desenvolvimento sustentável, a construção destas barragens foi precedida de Avaliação Estratégica, além da avaliação ambiental caso a caso, que determinou para além de várias medidas de salvaguarda e protecção, a não construção da Barragem de Padroselos (rio Beça – Boticas- para salvaguardar 12 mexilhões não comestíveis.-Observação do autor destas notas.)»
«Efectivamente, na sequência do concurso público internacional a que os 10 locais foram submetidos, o Estado encaixou contrapartidas financeiras de 600 milhões de euros, garantindo ainda os fins múltiplos como o abastecimento e a rega.Nos contratos assinados com os promotores, não estão previstos quaisquer encargos futuros para o Estado, sendo a construção das barragens assegurada por investimento privado superior a 2000(dois mil) milhões de euros, com incidência na dinamização da economia e criação de emprego.»
Nota: Estas decisões têm sempre «prós e contras»,como em tudo na vida, e são aceitáveis todas as opiniões. «Da discussão nasce a luz», como diz o senso comum.
Tendo em conta as misérias e fraquezas actuais de Portugal, sou dos que aceita o argumento das mais-valias: criação de emprego, aumento de fontes de energia, abastecimento de água para as populações e fortes apoios para o combate aos incêndios. Não compreendo que se elimine a barragem de Padroselos por causa, diz-se, de 12 mexilhões, segundo informações que recolhi junto de habitantes locais, que nunca os viram, nem conhecem quem os teria visto. - Não haverá câmaras de filmar para esclarecer este assunto?! Recorra-se à NATIONAL GEOGRAPHIC… Isto tem uma certa razão de ser porque, na minha aldeia, em 2010, “apareceram lá uns rapazes de Jeep a perguntar a pessoas que merecem crédito, se nunca tinham visto no Ribeiro do Vale, mexilhões ou outros bichos estranhos.”
Com tantas mentiras que se têm feito passar por verdade, mesmo no campo das hipóteses científicas, tirem-se as dúvidas a cépticos como eu, acreditando sem reservas no «Ver para Crer-acreditar”.
Trocar a mais-valia de uma barragem por uns inúteis mexilhões, parece-me uma decisão ridícula, como outras que transformaram Portugal num mendicante. E os agricultores, perseguidos pelos incêndios e pelos poderes públicos, abandonam as propriedades deles e vão trabalhar e rentabilizar as estrangeiras.
E nós ficamos a ver as águas, que agora começaram a cair, correndo a alta velocidade para o mar.
Artur Monteiro do Couto
MUSEU DE ARTE IMPRESSA DE NADIR AFONSO EM BOTICAS
- A MÃE de Nadir Afonso (Palmira Rodrigues) é natural de Sapelos, aldeia da freguesia de Sapiãos, concelho de Boticas. A Câmara Municipal decidiu mostrar o seu apreço pela notável Obra do Arquitecto-Pintor de Arte, descendente de uma filha deste concelho, e o Museu irá ser inaugurado brevemente.
-O Município de Chaves iniciou a construção de um Museu mais abrangente em homenagem ao ilustre Pintor, nascido na cidade flaviense, sendo seu pai o poeta Artur Maria Afonso, nascido no concelho de Montalegre, e que também se notabilizou com a sua competência profissional e cultural em Chaves.
Estas iniciativas constituem uma mais-valia cultural de relevo para a Região do Alto Tâmega e Barroso, e são sempre de elogiar quando se reconhece e elogia o mérito.
A CASA de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa vai organizar o “magusto de S. Martinho” no dia 5 de Novembro (Sábado), nos recreios do Colégio dos Salesianos, próximo do Cemitério dos Prazeres, e as entradas são livres a partir das 11 horas da manhã e estarão à venda produtos regionais, produzidos Além Marão: vinhos, alheiras, frutas diversas, bolos, presuntos, salpicões, etc..
Recomendamos, sobretudo, a participação na parte cultural e de “comes e bebes”, a seguir ao almoço, com música amiga dos ouvidos e agradáveis sensações emocionais, produzidos pelo grupo “ AMIZADE”-Associação Cultural Flaviense e o conjunto “MARANUS”.
- Para participar no almoço é necessário fazer uma inscrição prévia para que não haja falhas na organização da “ feijoada à transmontana”- Telefone 217939311, a partir das 14,30 horas; Andreia Ribeiro.
Pode utilizar transportes próprios ou os autocarros:709, 701, 774.
Elécticos: nº 28 e 25.
Entrada pela Rua Saraiva de Carvalho - Lisboa
Artur Monteiro do Couto
VAMOS EXPLICAR O SENTIDO DO TÍTULO
Dentro de dias, vamos celebrar a festa de S. Martinho, (11 de Novembro), com castanhas e vinho, segundo a tradição portuguesa.
- Quando alguém transgrediu, não cumpriu as Leis aprovadas na Assembleia da República, e foi multado ou preso, - o “Povo” acrescenta:
«estourou-lhe a castanha na boca».
Os que já participámos em magustos e vimos assar as castanhas das mais variadas formas, verificámos que aquelas castanhas cujo invólucro (casca) não sofreu um ligeiro corte, com a intensidade do calor das brasas,
começam a estourar, rebentar, fazendo lembrar o estourar dos foguetes nos arraiais das romarias.
E assim como os foguetes, se atingiram os espectadores, lhes causam ferimentos, também as castanhas se estourassem (rebentassem) na boca de quem as vai comer, também ficariam com a boca maltratada.
Estas analogias criadas pelo “povo” tornam as explicações de certos comportamentos mais atraentes. Daí que eu tivesse escolhido o título da realidade que os Portugueses vão ver piorar.
- Quando, há dezenas de anos, o Professor Cavaco Silva, na qualidade de Primeiro-Ministro, recomendou a diminuição de feriados e pontes para aumentar a produtividade do país, teve uma rejeição generalizada. E ele sabia do que estava a falar.
- Quando o Dr. Durão Barroso, na qualidade de Primeiro-Ministro de Portugal disse que tinha herdado um «país com uma economia de tanga», muitos dos que se lhe opunham, começaram a ofendê-lo com impropérios, chamando-lhe mentiroso e incompetente…» …e meteram a cabeça na areia como a avestruz.
- Quando o Governo de Santana Lopes quis controlar as anormalidades do “déficit”, - o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, contestou determinadas propostas dizendo que «há mais vida para além do déficit». E os Governos Socialistas voltaram ao poder pela sua mão e da maioria que acreditou nas promessas de facilidades.
- Quando a Dr.ª Manuela Ferreira Leite, em oposição ao candidato José Sócrates, disse bem alto e muitas vezes que a continuação do Governo Socialista conduziria Portugal à miséria, se não alterasse as medidas tomadas no primeiro mandato, alguns sabichões chamaram-lhe “bruxa maldizente” e incompetente para governar Portugal.
Pouco tempo depois, Portugal passou a ser governado por estrangeiros, aos quais foi suplicar de chapéu na mão para virem salvar o Portugal que, «há seis séculos deu novos mundos ao Mundo»- como ontem foi citado por um italiano, Comissário Europeu, em Florença, em cerimónia pública na qual participou o Presidente da República de Portugal, Professor Doutor Cavaco Silva.
Agora, que a miséria bateu à porta de ex-turistas com passeios a pagar em dois anos; amantes de automóveis de luxo, a pagar em oito anos; senhoras presumidamente elegantes e ricas a terem de se prostituir nas ruas ou em hotéis – é um ambiente poluído e de tristeza a que começamos a assistir.
Salvam-se os simples das aldeias que se habituaram a viver com o que tinham e a desconfiar das facilidades que todos os dias viam nos anúncios das televisões. Trabalharam e pouparam alguns cêntimos das magras reformas, que vão continuar a receber, com um ligeiro aumento.
Aos que nos vão retirar subsídios de férias, etc. resta-nos desejar que tudo venha a melhorar para os mais carenciados e que as lágrimas do desespero sejam substituídas pelas da esperança num futuro melhor e mais consciente, tentando saber distinguir quem fala verdade e quem «mente com quantos dentes tem», como dizem nas nossas aldeias.
Diz o povo:«ovelha que berra, bocada que perde.» Sabe o que isto quer dizer? Este ditado popular encerra uma grande lição para a situação actual.
Artur Monteiro do Couto
RESIDÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES EM CARCAVELOS - CASCAIS
O título parece uma aberração mas não é.
Se tem Internet, comece por consultar www.assp.pt onde se dá uma ideia dos benefícios que os professores e seus familiares podem vir a ter, no presente e no futuro, quando precisarem da solidariedade e apoio dos colegas associados de uma grande organização que já é – a Associação de solidariedade Social dos Professores.
Sei do que estou a falar porque lidei de perto com a Professora, Drª Alice Maia Magalhães, uma distinta senhora com as suas origens em Chaves e que deixou em herança, a preços actuais, alguns milhões de €uros em casas e terrenos, sem receber nada em troca. A seu lado, teve alguns colegas, como outro transmontano de Vila Real, - o Dr. Carlos Pimenta, o Dr. Peres Claro, de Setúbal, e um conjunto de outros colegas generosos que pensaram em preparar-se para as contingências que a vida nos poderá vir a proporcionar, negativamente, no presente e no futuro, isto é, em todas as fases da vida.
A ASSP nasceu e cresceu mais em valores materiais (ver património) do que em número de associados, relativamente, o que parece um contra-senso. Mas tem uma explicação: os associados que faziam a promoção nas escolas e outros locais, e que, a uma dada altura, tinham de pagar do bolso todas as despesas, e ainda por cima, os convidados a aderirem julgavam que estavam a atender mendigos, puseram de parte esse tipo de generosidade. Diminuída a publicidade, aliada ao desinteresse de muitos colegas, vai continuando a crescer lentamente. E os professores agora em apuros, sem colocação nas escolas, sem dinheiro e com encargos familiares, começam a prever um futuro ainda mais triste porque foram ou continuam a ter falta de solidariedade para dar e receber.
Aos professores mais renitentes em se associarem, recomendamos-lhes uma visita às Residências de Setúbal, do Porto, de Aveiro, do Algarve, Lisboa e à inaugurada em 16 de Março 2011, em Carcavelos, construída com o apoio do Município de Cascais e projectada pelo Arquitecto Souto Moura, recentemente homenageado pelo Presidente dos Estados Unidos da América.
Actual Presidente da Câmara de Cascais e ARQ. SOUTO MOURA
Estamos solidários com as preocupações dos nossos colegas; mas é preciso que eles queiram aceitar e dar o mesmo contributo para evitar problemas futuros.
Artur Monteiro do Couto
Ex-Vice Presidente
Rua Dr. Sousa Fernandes -SAPIÃOS (Lia Teixeira - José Ladeira)
A natureza foi a grande mestra da vida de uma aldeia rural cuja população nasceu num misto de pobreza material e a riqueza das flores campestres das batateiras, do alecrim, das macieiras, das cerejeiras, das urzes e das giestas.
Com a emigração para Paris, Londres, Suíça, Luxemburgo, Rio de Janeiro e tantas outras cidades e países ricos e bonitos, alicerçou-se a beleza e substituiu-se a pobreza das gentes e das habitações. As estrumeiras que há umas dezenas de anos cobriam os buracos das ruas e dos pátios, foram agora substituídas por notas na carteira, casas bonitas e confortáveis, flores e arte que a passagem dos anos e fenómenos químicos misteriosos foram criando. E a aldeia desafia agora as vilas e as cidades que para terem os seus jardins estão à espera dos impostos daqueles que nasceram a comer pão cozido no forno comunitário há um mês, com umas amostras de carne gorda dos porcos a pingar e a sujar as mãos e a roupa de novos e velhos.
- Agora tudo mudou- dizem: e foi à custa dos calos das nossas mãos e das vértebras danificadas com os pesos que foram transportados às costas e à cabeça. Mas vivemos felizes; cultivamos as flores e o sorriso da solidariedade sem andarmos a gritar pelas ruas que vamos deixar de pagar as casas e que vamos morrer à fome. Aqui, agora, não temos fome nem sede. Habituámo-nos a viver com o que tínhamos e com as portas abertas disponíveis para repartir alegrias e tristezas. E, pelos vistos, estamos a viver melhor do que nalgumas grandes cidades de Portugal e de outras partes do mundo onde trabalhámos, produzimos e poupámos.
E com as mãos limpas, o contemplar das flores plantadas e regadas pelos que aprenderam a viver à sua custa, vivemos felizes e desejamos a mesma felicidade para todos os que estão a viver momentos difíceis e a frequentar a escola da vida em que nós estudámos.
É agradável viver na aldeia