A PRIMAVERA VAI E VOLTA SEMPRE
Estamos no último dia do ano 2011 e, à nossa volta observamos uma certa nostalgia “Fadista” no coração dos portugueses pobres, desempregados a quem o peso da desgraça bateu à porta, depois de um tempo de abastança e de sorrisos festivos em bailes de fim de ano, que se foram sucedendo com mesas fartas e dinheiro na carteira.
- Mas lá diz o Povo. «Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe…» Ora é sobre a realidade deste provérbio que todos devemos reflectir…« … não há mal que nunca acabe…», se acreditarmos que «querer é poder…» e que há muitos milhares de Voluntários Generosos a estender a mão aos mais desprotegidos para os ajudar a levantar da angústia que deles se apoderou e que lhes está a sangrar o corpo e o espírito.
São muitas as organizações existentes em Portugal, como as Santas Casas da Misericórdia, presentes em todos os concelhos de Portugal, Conferências de São Vicente de Paulo, Justiça e Paz, Legião da Boa Vontade, Exército Azul, Bombeiros,Fraternitas, o Banco da Fome, e tantas outras a quem não citamos neste momento mas lhes reconhecemos os méritos.
Todas as noites, testemunhamos exemplos de solidariedade aos sem abrigo, quase à nossa porta, uma zona nobre da Capital. Um negócio mal feito, uma fiança junto de uma entidade credora, mal sucedida, entidades patronais que tiveram de recorrer a despedimentos forçados, tudo junto, tem gerado e continua a gerar um descalabro social.
O Voluntariado e as organizações como “A CARITAS”, Os Jovens que ensinam a ler e a escrever os emigrantes, sem nada receberem em troca, são os semeadores da esperança de que tudo isto vai mudar. Até “Os Chineses” dos grandes investimentos estão a criar uma alma nova em muitos que temiam ir a caminho da desgraça. Mesmo os Chineses remediados, semeadores de lojas de produtos baratos nos estão a dar uma grande lição: “Trabalham e poupam, levam uma vida austera, mas não roubam, como fazem muitos dos europeus que passeiam vaidade.”
Oxalá que o Novo Ano 2012 faça renascer a esperança nos desiludidos do ano que agora termina. E que cada um de nós, sem problemas, não pense que estas tristes situações são apenas para os outros. Lá diz o Povo: «Cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém».
- A Primavera aproxima-se a passos largos. As folhas caídas das árvores dos campos e das plantas dos jardins vão ser substituídas pelas amendoeiras em flor, por cravos, rosas e orquídeas.
Porque não acreditar que este milagre da natureza lhe pode vir, em breve, bater à sua porta?
Desejamos-lhe os maiores sucessos neste Novo Ano 2012.
Artur Monteiro do Couto
HOMENAGEADA NO PALÁCIO NACIONAL DE QUELUZ (SÉC.XVIII).PORTUGAL
A RAINHA cognominada de PIEDOSA exerceu um magistério exemplar.
Filha do rei D. José I, após a morte deste, iniciou o seu reinado em 1777. Alguns anos depois, por motivos de doença, a partir de 1791, as suas funções foram exercidas pelo seu filho D. João. Faleceu no dia 20 de Março de 1816 NO RIO DE JANEIRO (BRASIL).
Recordemos algumas circunstâncias históricas da “IRMANDADE LUSO-BRASILEIRA”:
Portugal conheceu e cultivou essa grande, rica e Formosíssima Terra de Vera Cruz, a partir do século XV, mais tarde baptizada com o doce nome de Brasil. A beleza do nome, corresponde à beleza desse grande País onde cabe quase toda a Europa. Oito milhões de quilómetros quadrados encerram muito ouro, diamantes, muita prata, imponentes florestas, praias sem fim, muita gente, muitas culturas, muita música, danças rítmicas, revelam esse paraíso sempre em festa. Há tudo, de tudo, e para todos os gostos. Só visto se pode chegar aonde a imaginação não consegue penetrar.
Destacamos dois percursos fundamentais para o sucesso:
O primeiro foi o “Achamento”- “Descobrimento” pelos navegadores
portugueses comandados por Pedro Álvares Cabral em 1500.
O segundo foi a deslocação forçada da Família Real Portuguesa,
em 1807, aquando da primeira invasão francesa de 30.000 homens, ordenada por Napoleão, comandada pelo general Junot.
Nesta segunda fase, o Brasil saltou para a glória dos grandes do mundo. Atingiu a sua maioridade pela coragem e força moral do “Neto”,(D.Pedro), daquela que foi rainha e que no momento certo soube desobedecer ao Pai-Rei do “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve” – D. João VI, proclamando a Independência do Brasil contra todas ameaças morais, físicas e políticas. A todos respondeu em Setembro de 1822:
-A decisão está tomada e é definitiva. Desde então deixou de ser colónia para ser uma Pátria livre e independente, reconhecida oficialmente em 15 de Novembro de 1825, pelo Rei de Portugal D. João VI.
- Se D. João V soube aproveitar em benefício de Portugal as riquezas auríferas das Minas situadas no actual Estado de Minas Gerais, mandando construir monumentos artísticos de excelência e Academias de Letras e Ciências, a evolução das Terras e das Gentes Brasileiras não foram descuradas, muito tendo contribuído para a sua cultura talentos brilhantes como o dos Padres Manuel Bernardes, António Vieira,(séculos XVI-XVII) Escultores, Pintores e Douradores de Braga e de outras regiões da Pátria-Mãe. Esta colaboração está bem patente tanto em Portugal como no Brasil da época e no respeito que pouco a pouco se foi impondo na defesa dos Índios, tornados livres no reinado de D. José I., pai da rainha D. Maria I.
- A História Luso-Brasileira é tão rica e apaixonante nos seus valores e contrastes que encanta relê-la. Omitimos, propositadamente, alguns pormenores para evitar confusão de nomenclatura. Recomendamos a leitura da HISTÓRIA CONCISA DE PORTUGAL, do Professor José Hermano Saraiva, ex- Embaixador de Portugal no Brasil; - Publicações Europa-América.
Aos meus familiares, amigos e a todos os Portugueses e Brasileiros,
desejamos um novo ano de franco progresso económico, de saúde e Felicidade.
Artur Monteiro do Couto
arturcouto@clix.pt
ARTE HABITÁVEL NO C.C.B - LISBOA - Autor: MIGUEL ARRUDA
CENTRO CULTURAL DE BELÉM EM TODO O SEU ESPLENDOR
A História de Portugal sempre girou à volta da cidade maravilha,
imortalizada pela Beleza que se distribui pelas suas Sete Colinas,
pelos inúmeros monumentos, características paisagísticas e humanas que fazem dela uma das mais belas e atractivas capitais do mundo moderno. Os poetas descrevem-na e toda a gente a canta:
« Lisboa, cidade amiga
És um berço de embalar
Ensina-me uma cantiga
Das que tu sabes cantar.
(… … …)
Sempre que Lisboa canta
A gente encanta sua beleza
Pois quando Lisboa canta
Canta o fado concerteza.»
A beleza está bem patente na imagem recolhida no mês de natal 2011.
O Fado, imortalizado na voz de Amália Rodrigues e no trinado
das guitarras, foi considerado, há dias, “Património da Humanidade”.
Se ainda não visitou a Rainha do Tejo, venha beijá-la e ficará apaixonado (a).
É a nossa sugestão para a passagem de fim de ano
arturcouto@clix.pt
Fotografia tirada em Setembro 2011 por Hélène Frias-Gomes
FLORESTAS OU ALDRABICES?
Tive o prazer de seguir pela televisão a entrevista dada pelo Arquitecto Ribeiro Telles à jornalista da RTP/Radiodifusão, Maria Flor Pedroso, dada a diversidade de subtemas questionados por duas figuras de relevo, cada uma dentro da sua especialidade.
Quando a jornalista introduziu o tema florestas, o Professor sorriu
e focou a ignorância que gira à volta da palavra “floresta”; e acrescentou:
muita gente com responsabilidades políticas não sabe distinguir um “montado”, um aglomerado de árvores da mesma espécie de uma verdadeira floresta formada por variadas espécies … e citou múltiplos exemplos. Não tinha ideias claras; fiquei a saber. Cresci a contemplar uma imponente montanha e os pinheiros - e só pinheiros bravos – que cabisbaixo e revoltado, já adultos, vi desaparecer , impiedosamente queimados, algumas vezes sob o olhar triste de populares, Bombeiros e Helicópteros sem lhes poderem acudir. Agora já sei distinguir a sério uma floresta de serras com restos de pinheiros vivos ou mortos pelo fogo. “Mais vale tarde do que nunca”.
Na minha frente tenho uma entrevista dada pelo Comandante dos Bombeiros de Boticas, Arnaldo Machado, publicada no Ecos de Boticas de Novembro 2011 onde mistura algumas alegrias e tristezas com o apoio dado à Corporação para o combate aos incêndios. Lamento principal: «Somos a única Corporação do Distrito de Vila Real que não tem ambulância de socorro».
«Entre 1 de Janeiro a 31 de Outubro 2011foram contabilizados 916 incêndios no Distrito de Vila Real, o mais afectado do país, segundo A Autoridade Florestal Nacional. A área ardida foi, também, a maior do país, com 12. 985 hectares.»
Lemos há dias:
- Comissão de Agricultura vai visitar baldios em Trás-os-Montes, escreveu a jornalista Maria Meireles em A VOZ DE TRÁS-OS-MONTES de 8/12/2011. Li com muito interesse a bem explícita notícia da qual transcrevo:«A delegação de dirigentes da Baladi que reuniu com os deputados “registou com muito agrado” a resposta positiva ao convite, sobretudo numa altura em que se “discute se os investimentos nas florestas estão ou não a ser bem aplicados.» E conclui: Finalmente, a Federação de Baldios aproveitou para “denunciar a odisseia do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER)”. Todos os dias nos debatemos com a incapacidade de fazer chegar aos governantes que o sector florestal está asfixiado por políticas e instrumentos de planeamento desenquadrado com a realidade”, defendeu Amândio de Carvalho.»
Agora, reveja a imagem do helicóptero a tentar retirar água e pense nos milhões que têm sido atirados ao lixo quando não se construíram infra-estruturas necessárias para ajudarem a apagar os incêndios.
A água está num pequeno tanque particular de rega, aonde o reservatório mal cabe.
Perda de tempo e de dinheiro e a serra a arder ali ao lado, em Boticas.
- Espero que os 3. 018. 858,04 (milhões de euros) a gastar nas obras no Parque “Boticas”- Natureza e Biodiversidade”. Não tenha só obras de fachada, mas também infra-estruturas destinadas a apoiar os meios aéreos que evitem que todo o projecto desapareça, como todos os anos vão desaparecendo os pinheiros das serras e animais dos lavradores, como aconteceu, ali perto, em Covas de Barroso.
Visitei as obras do parque em Setembro. Admirei o que vi, mas
estou a pensar no que não vi. Acompanha-me a realidade do helicóptero e a imagem dos aviões a passar por cima da minha casa, no Verão, em busca de água a muitos quilómetros de distância.
Boticas tem 318 quilómetros quadrados de serras salpicadas por umas centenas de casas que albergam à volta de 5000 (cinco mil) habitantes. Pelo menos ajudem a salvar as árvores e animais que as povoam. A imagem do helicóptero captada em Setembro 2011 por uma jovem francesa a passar férias é bem esclarecedora da indiferença com que são ouvidos os Bombeiros e populações locais. Entretanto, aumenta a pobreza e a emigração.
Artur Monteiro do Couto
BOAS NOTÍCIAS DE PORTUGAL NORTENHO
CONCELHO DE MONTALEGRE.
« Ai não há gente
Tão alegre e prazenteira
Como esta cá da fronteira
Do Norte de Portugal… »
Assim se canta em Barroso, paredes-meias com a Espanha. E o que se canta corresponde à realidade. Durante muitos séculos, entre montes e vales, tempestades e violentas ventanias, os Barrosões sofreram todas as agruras de uma vida difícil, atenuada pelo calor da lareira e umas batatas cozidas, com couves ou grelos, sopa de farinha de centeio, de castanhas ou de milho, tudo, mais ou menos amaciado com a gordura da carne de porco. Esse afastamento do resto de Portugal, nas suas mais variadas dimensões, tem-se vindo a atenuar graças à tenacidade da luta operada por muitos dos que deram um salto qualitativo para uma vida burguesa mas que sempre se mantiveram solidários com os sofredores.
Amamos, particularmente, muitos dos que se cruzaram na vida connosco, também natural do Barroso mais ameno e todos, entre protestos e amor às raízes, lá fomos fazendo o que pudemos pelas nossas “berças”.
Boas notícias:
- Ligação directa à Auto-estrada A 24, a partir de Chaves.
- A EDP vai pagar 10 vezes mais de renda das barragens.
Palavras do Presidente da Câmara Municipal, Dr. Fernando Rodrigues:
«Com este novo acordo, que vem “repor justiça”,
prevejo que o Município passe a beneficiar de cerca de um milhão de euros por ano».
A EDP vai pagar 10 (dez) vezes mais aos municípios com barragens eléctricas instaladas, medida acordada com o Governo para ser posta em prática a partir de Janeiro.
O referido Presidente da Câmara considerou a medida “histórica” e espera começar bem o ano 2012 com uma alteração substancial no Orçamento do Município. «Será a decisão mais importante de toda a vida do Município de Montalegre» - disse. (Fonte. A VOZ DE CHAVES, 2/12/ 2011- Sandra Pereira).
Outra boa notícia.
- Já começaram as obras de ligação da sede do concelho de Montalegre à
A-24 (Chaves), passando junto a Vilar de Perdizes (a capital em Portugal de bruxedos, feitiços e curandeiros), quebrando-se, assim, um isolamento absurdo para os nossos tempos por um melhoramento de acessos condignos de apenas 35 Km, e por um valor calculado em 7 milhões de euros. Este acesso à A – 24 assenta na beneficiação da Estrada Municipal 508 e a criação de novos troços.
O Presidente da Autarquia lamenta o estado da estrada nº 103 que liga Braga a Chaves «que é uma vergonha e um “massacre” para quem tem de a utilizar; mas sente-se feliz pela grande obra que vai realizar antes de terminar o seu último mandato.
Deixamos os parabéns aos Autarcas de Montalegre porque são da fibra de antes quebrar do que torcer e vão fazendo progredir o seu concelho, sem utilizarem a ignorância ou inocência de uns tantos, para virem gritar para Lisboa, com o saco da merenda às costas, como acontece com outras regiões. Trabalham e lutam civilizadamente; e têm-se vindo a impor, culturalmente, com grande dignidade por esse mundo fora.
Artur Monteiro do Couto
SÍMBOLO DA UNIÃO ENTRE PORTUGAL E ESPANHA
O feriado do dia 1º de Dezembro de cada ano pretendia lembrar,
aos Portugueses dos anos que se foram sucedendo, a data histórica da Independência Nacional do dia 1º de Dezembro de 1640, em que Portugal se libertou do domínio político da Espanha entre 1580 a 1640, com evidentes prejuízos morais, culturais e económicos, depois do período de Glória Nacional, conquistada com a Expansão Ultramarina.
Os séculos passaram e os Portugueses e os Espanhóis passaram a considerar-se Hermanos, «Nuestros Hermanos», assim estão a ser educadas as novas gerações e bem, como vemos entre os representantes da Selecção espanhola (Casillas) e Cristiano Ronaldo, representante da Selecção de Futebol portuguesa.
Todos nos orgulhamos disso, atendendo às nossas raízes, às boas relações humanas e económicas que se têm vindo a alicerçar. Por isso, consideramos o feriado como uma ocasião para os discursos inflamados de meia dúzia de respeitáveis cidadãos e de preguiça para os milhões que têm vindo a desprezar a História brilhante de valiosos portugueses de outros tempos. Tendo em conta as origens e todo o passado, na globalidade, digo, convictamente: Viva a Espanha – Viva Portugal, com o desejo dos maiores sucessos para os dois «países irmãos».
Se atendermos ao que vamos ouvindo de muitos cidadãos ruidosos, em certas manifestações, “gritam a favor da independência mas estão a comer à custa dos avós e dos pais” e as receitas próprias ficam para gastar nos concertos do “Pavilhão Atlântico”, nos estádios de futebol, nas boates e nas jogatanas. Manifestam-se contra a “TROIKA” mas querem mais euros emprestados, ou dados, porque defendem o não pagamento das dívidas.
Agora, desabafo eu… «isto é que vai uma crise…».
Todos gostamos da nossa independência nacional, pessoal e económica. Mas temos de a conquistar com dignidade e bom senso e não a aliados estrangeiros que se propõem causar distúrbios e bater nos polícias, como aconteceu há dias.
Artur Monteiro do Couto