FESTIVAL DA ZAMBUJEIRA DO MAR EM AGOSTO 2012 (ODEMIRA)
Debaixo de um céu estrelado ou da luminosidade envolvente e suave da lua cheia, em comunhão com a frescura da brisa do mar ou da doçura da água dos rios que se passeiam pelo interior, com a vaidade altaneira do Douro que, diante dos seus olhos, e nas suas encostas assiste ao “engarrafamento do Sol” misturado com o néctar dos deuses – o vinho que vai ser baptizado com o nome do Porto -, Portugal das praias, das montanhas e de outros encantos naturais, ou construídos pelo engenho e arte de notáveis artistas, convida todos os seres vivos a partilharem nas festas que se sucedem todos os dias de norte a sul do seu território. Basta consultar as agendas culturais dos seus Municípios para escolher quando e como se podem passar momentos agradáveis e inesquecíveis.
Os mais jovens preferem os concertos ao ar livre ajustados à libertação das suas energias. Exemplo disso é o da Zambujeira do Mar, durante nove dias, por noventa euros. Já lá vimos, à procura dos melhores lugares, jovens de todas as raças, sexos e cores; verdadeiro espírito olímpico nas danças, cantares e outras emoções.
Os menos jovens dinamizam a cultura tradicional; contemplam o passado para saborearem o presente e caminharem felizes através do futuro.
A festa total convida toda a gente, sejam eles “ Gregos ou Troianos”, do Norte ou do Sul, do Este ou do Oeste.
Sejam Bem-Vindos ao Portugal universalista e humanista; serão recebidos de braços abertos num abraço fraterno.
A todos desejamos umas boas férias.
Artur Monteiro do Couto
(Um serrano na cidade)
A dúzia de mexilhões que apareceram nas águas do rio Beça, prestes a penetrar no rio Tâmega, lá para as bandas do Minho, impediram a construção de uma barragem pela Iberdrola. Os engenheiros, doutores e outros ambientalistas que em má hora vieram até Terras de Barroso à brocura de bichos estranhos arranjaram um imbróglio económico que só virá prejudicar os que já estão a viver abaixo dos limiares da pobreza.
Agora soubemos que no mesmo concelho de Boticas, no outro extremo,paredes meias com o concelho de Chaves, no Poço criado pelos exploradores do ouro em tempos idos,próximo do rio Terva, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto está interessado em realizar um estudo sobre a população de “Cágados Estriados” das lagoas do Brejo,Limarinho e Poço das Freitas que constituem o Complexo Mineiro do Vale Superior do Rio Terva,tendo como objectivo último criar uma reserva que poderá vir a integrar uma rede de micro-reservas biológicas e possibilitar o desenvolvimento de projectos de investigação.
Sabendo-se que a área dos “Cagados” está a ser alvo de um projecto de Conservação, Estudo e Valorização do Complexo Mineiro Antigo do Vale Superior do Rio Terva (2ª Fase), do Eixo Prioritário II – Valorização Económica de Recursos Específicos, do ON.2 – o Novo Norte, que integra o Plano de Acção “Aquanatur-Complexo Termal do Alto Tâmega” ...
- não seria melhor virar as investigações dos Cágados lá para outras bandas e recomendar a construção de uma mini-hídrica às autarquias,à Autoridade Nacional de Protecção Civil, ali a dois passos, Junto à Ponte Pedrinha – entre Sapelos e Bobadela –junto à estrada nº 103 que liga Braga a Chaves – que servisse para abastecer os Bombeiros em épocas de incêndios, as populações se refrescarem em períodos de calor, ou os agricultores poderem regar os seus campos cada vez mais abandonados?
Dá a impressão que cá para os lados dos “Mortos”, ainda querem ver mais mortos se,alguém, por descuido, comer os “mexilhões”; e os “cagados”, que eu saiba, nunca apaixonaram ninguém.
Preferimos a valorização dos Recursos Económicos que evitem o despovoamento total da região.
Empreendimentos como o do www.itineris.pt em Carvalhelhos, para falir em menos de um ano, e ficarmos todos ainda mais pobres, nós dizemos, não, obrigado.
Artur Monteiro do Couto
Foto A.Couto-Julho 2012.
VISTA DA (A 24) - VIDAGO PARA A SERRA do LEIRANCO (SAPIÃOS)
SAÍRAM das aldeias serranas muitos dos Heróis do MAR que deram novos mundos ao Mundo.
Um deles foi um transmontano como eu, nascidos a umas dezenas de quilómetros de distância.
Refiro-me a Fernão de Magalhães, um sabrosense, que comandou a armada que tinha por missão dar volta ao Mundo e aproximar os habitantes do planeta Terra.
Quase todos os dias o visito, na memória viva do seu feito – estátua implantada na Praça do Chile, em Lisboa, num dos cruzamentos da Avenida Almirante Reis. Os que ficaram a dialogar com os lobos, em vias de extinção, têm sido outro tipo de heróis que parece terem sido afastados das preocupações nacionais por aqueles que enriqueceram à sua sombra, com subsídios da Comunidade Europeia ou sem eles. Como os lobos e outras espécies da fauna, está a aproximar-se em alta velocidade a desertificação total das aldeias serranas escondidas nos vales como os que não vemos na imagem; apesar dos rios que as atravessam, um deles bem conhecido e defendido, teoricamente, o rio Tâmega, nascido em Espanha e que se vai passeando por montes e vales até ao Atlântico.
Os Montanheses não são tratados com o carinho e respeito que merecem. As águas correm para o mar e não há quem pense em retê-las para regarem os campos e contribuírem para o apagamento dos incêndios. Salvo raras excepções, como os defensores das “Fisgas de Ermelo”,no concelho de Mondim de Basto, poucos são os autarcas e governantes que valorizam os miradouros, praticamente, sem gastar dinheiro, arranjando pequenos espaços que ofereçam o mínimo de segurança aos visitantes que amam as belas paisagens, como a que se divisa do alto da Serra do Leiranco.
CHAVES, Boticas e Montalegre,- os concelhos que mais beneficiariam com este valioso ponto de interesse turístico, dá a impressão que já estão tão fartos de serras que nem querem pensar nelas. Mas atenção, eu ouvi um ex-Administrador da Vidago-Pedras Salgadas, filho do segundo homem mais rico de Portugal, que estava preocupado com a ocupação dos tempos livres dos clientes dos seus hotéis; um deles, agora classificado com cinco estrelas.
E para comer e dormir, os ricos e amantes da natureza têm muito por aonde escolher; não se contentam apenas com a lenda do “vinho dos mortos”, com os poucos “dias das bruxas” ou com a “água das Caldas de Chaves”.
O Parque Nacional do Gerês passou a ser um dos centros turísticos mais atractivos do mundo para os amantes da natureza e biodiversidade. Não deixemos ao abandono os recursos hídricos e paisagísticos porque, sem valorizar estes elementos naturais, alguns concelhos, dentro de muito pouco tempo, não justificarão a sua existência.
A nossa desilusão tem crescido a cada dia que passa. Até os meios de comunicação estão contra a maior parte dos serranos. Uns queixam-se da TDT;outros da da falta de sinal dos telemóveis e da internet, e por isso evitam ir passar os fins de semana e, até, férias nas aldeias, porque não podem fazer determinados trabalhos científicos para apresentar nas Universidades... Talvez, cada um de nós deva assumir a nossa própria culpa; mas este problema é mais sério do que parece.
Devemos homenagear os “HERÓIS do MAR”, mas não devemos desprezar os “HERÓIS da TERRA” que mourejam de sol a sol no interior do País.
Artur Monteiro do Couto