VICE-PRESIDENTE DO VASCO DA GAMA NO RIO DE JANEIRO
«Tio, eu não deixei em Portugal o meu Pai a chorar para vir carregar caixotes às costas no Brasil. Eu quero estudar para ser um Homem…»
Efectivamente, fez-se e é um Homem de valor. Veja o currículo.
Nos últimos dias, as notícias têm surpreendido pela elevada contribuição dos emigrantes da última geração, dados os valores financeiros enviados para Portugal, em tempo de grave crise. Se analisarmos bem a história do património construído, facilmente chegamos à conclusão de que o mais valioso, artisticamente, existe por acção dos emigrantes; directa ou indirectamente. E se, nesta altura, o país está a ser visitado por muitos milhares de estrangeiros, isso deve-se, em grande parte, pela publicitação dos emigrantes que se distinguem pelo seu trabalho, honestidade, a sua maneira de ser e de estar, nos países onde vivem e trabalham.
Hoje referimo-nos a um emigrante no BRASIL
O currículo fala por si.
PERALTA, António Frutuoso Pires nasceu em Sapiãos, Concelho de Boticas,
em 2 de Janeiro de 1947, onde frequentou o Ensino Primário e com 13 anos de idade emigrou para o Brasil, onde, como trabalhador estudante, conseguiu licenciar-se em Ciências Jurídicas, pela Universidade Gama Filho.
Tirou também os cursos de Organização e Métodos F.G.V., Curso de Administração de Empresas F.G.V. e Curso de Química Industrial para Saneamento. Foi Gerente do Banco Irmãos Guimarães desde 1963 a 1973, exerceu o cargo de Gerente de Marketing e Vendas desde 1973 a 1987. Actualmente é industrial de várias empresas; Director da empresa Liex Rio Indústria e Comércio desde 1987, Director da Limpatex Rio Comércio e Representações desde 1991, Director na Incomate Ind. e Com. de Equipamentos desde 1992, Director da Microcis Consultoria Informática Serviços, desde 1997.
António Ferreira
Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte.
Actualmente, (2012), é Vice-Presidente para a Comunicação Social do Vasco da Gama e Presidente da Assembleia-Geral da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro do Rio de Janeiro.
- Queremos referir um gesto que revela a dedicação às gentes da sua aldeia:
«Artur, não achas que todos os nossos conterrâneos gostariam de ter consigo a História da sua aldeia? Eu ofereço os livros a todas as pessoas. Calcularam-se os custos e passou o cheque com o dobro do cálculo. E o Património Histórico de uma ALDEIA TRANSMONTANA-SAPIÃOS, é pertença de todos os cidadãos residentes ou emigrados pelo mundo; o excedente foi entregue à Comissão Fabriqueira.»
É uma pessoa simpática, afável, culta e que goza da maior simpatia entre os seus conterrâneos de SAPIÃOS.
Sentimo-nos orgulhosos e solidários com quem triunfa com a sua inteligência, vontade de vencer e um trabalho honesto.
Artur Monteiro do Couto
RUAS FLORIDAS NA ALDEIA - E FLORES NAS VARANDAS DAS CASAS
Gastam-se horas, discursos, tempos de antena, festas e comezainas a elogiar as tais figuras públicas que aos interesses do público pouco tempo dedicaram. Alguns comeram-lhes a carne e continuam a chupar-lhes os ossos; em troca recebem condecorações e palmadas nas costas porque, discretamente, foram dividindo com os comparsas.
Nas aldeias de Portugal, serranas ou litoralistas, há uma classe de pessoas que pela sua sensibilidade e cultura do belo, sem que ninguém lhes pague um cêntimo, cultivam flores à janela ou nas ruas por aonde passam todas as espécies de animais, racionais e irracionais, todos as admiram, cheiram e estimam. E cada ano que passa, o jardim, dia e noite aberto ao público, sem guardas e jardineiros pagos, vai crescendo e embelezando o ambiente e as ruas que há anos atrás estavam cobertas de estrume para servir de alimento à cultura das batatas, do milho e centeio que deram de comer a muitas gerações.
Não temos ouro nem prata para condecorar as mulheres da minha aldeia, mas testemunhamos-lhes a nossa gratidão e simpatia pelo embelezamento da Terra que habitam com amor, carinho e sentido estético, ajudando a construir um mundo rural em que seja mais agradável viver.
Um grande abraço de parabéns para as mulheres da minha aldeia.
Artur Monteiro do Couto
( Um serrano na transmontana serra do Leiranco)
Túmulo de Luís de Camões no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa
Viveste no no século XVI, ajudaste a cobrir Portugal de Glória, aquém e além mar; e despediste-te a chorar quando te apercebeste, já velho, cansado e pobre, que os “Espanhóis” iam governar de “ mão beijada”, via uterina,com traições à mistura, o grande Império que ajudaste a levantar durante centenas de anos. Choraste e desabafaste: «morro com a Pátria» e partiste antes de o desgosto ser total e o facto da perda da “independência” estar consumada com a tomada de posse do rei espanhol Filipe II (em 1581).
Partiste de Lisboa em 10 de Junho de 1580 e, antevendo o que ia acontecer, angustiado, exclamaste pesaroso : «Ao menos morro com a Pátria!».
E a ruína foi aumentando a cada ano que passava ..., até que alguns Portugueses, leitores da tua epopeia literária, «OS LUSÍADAS», decidiram honrar a tua Memória e lutar com o orgulho com que te dirigiste ao de escritores de outros Povos: « Cesse tudo o que a musa antiga canta que outro valor mais alto se alevanta... « Eu canto o Peito Ilustre Lusitano a quem Neptuno e Marte obedeceram...»
E como mais vale tarde do que nunca, passados sessenta anos, no dia 1º de Dezembro de 1640, um punhado de Portugueses soube honrar as tuas barbas; recuperaram a “Independência Nacional” com o mesmo brilho com que D.Afonso Henriques a conquistou no século XII.
Passaram-se os anos e verificamos em 2012 que é verdadeira a máxima que: «entre os Portugueses, traidores houve algumas vezes».
E os traidores aparecem todos os dias nos meios de comunicação social: «usurpadores de bens alheios, parasitas a defraudar o fisco, falsários de toda a ordem e sorvedores do suor e sangue alheio, submersos em submarinos ou voando pelo espaço.»
E os Povos que tu ajudaste a descobrir, a educar e a esconder « as partes feias» nas longínquas terras africanas, asiáticas e outras, são as que agora estão a vir em nosso socorro... sentimo-nos felizes com o apoio de todos, mas envergonhados por não sermos dignos de Ti e de todos os outros que sempre lutaram e trabalharam com dignidade para não sermos corsários e agora se estejam a inventar truques inimagináveis para sugar o sangue do próximo.
Sabes, Luís Vaz de Camões. Não fiques triste, mas em vez de ouvirem a tua voz saída dos teus valorosos escritos – um testamento de fortuna – preferem ouvir a voz dos desonestos, dos vaidosos, dos trafulhas e substituí-la nas escolas, nas famílias, nos palcos e em grandes desfiles de corruptores e corrompidos em lugares sumptuosos construídos sobre a miséria alheia.
Levanta-te e pede « ao Deus que tudo manda» que te deixe cá vir abaixo, que te deixe trazer a espada, a voz afinada e alguns instrumentos de comunicação ajustados para seres entendido, como o foste em tempos idos, e pode ser que associado àqueles que ainda amam Portugal, « a Pátria amada», se ponha fim a este descalabro que dia a dia está a aumentar, sem ver, ao fundo do túnel, a luz da Independência Nacional, no sentido mais amplo,a ser recuperada.
O teu admirador
Artur Monteiro do Couto
(um serrano na cidade)
"O PRAZER E O TÉDIO"
Título do Romance de José Carlos Barros que deu origem ao filme com o mesmo nome.
À primeira vista, o título é difícil de compreender pelas populações rurais embora o cerne da questão lhes diga respeito pelas contradições que ainda hoje os afectam na sua vivência natural e que o autor, um poeta e um escritor de excelência, traduza prazeres e angústias em conflito permanente, que ele bem conheceu nas suas origens barrosãs, onde as carências de toda a ordem lhe ajudaram a plasmar o espírito de solidariedade porque, no meio da desgraça, podemos considerá-lo um privilegiado que se licenciou em arquitectura paisagista, numa época em que se davam os primeiros passos para fugir ao analfabetismo.
O vocábulo “tédio”, com o significado próprio de (aborrecimento, angústia, desgosto, enfado), ainda hoje não faz parte do vocabulário de noventa e nove por cento dos inspiradores do romance, embora sintam tudo isso no corpo e na alma; os de ontem e os de hoje.
Em «A VOZ de CHAVES datada de 2012-08-03», lemos:
« livro e filme contam histórias de amor e desamor num mundo que parece caminhar inexoravelmente para o colapso, para a ruína: o mundo rural.»
- Em artigos publicados neste “belezaserrana...”, temos seguido a mesma tese ao longo dos anos e dito e redito que as “Terras do Barroso” caminham a passos largos para a ruína total.
Tudo está a desaparecer envolvido pelos saudosos prazeres e o horrível tédio gerado pela saudade de momentos e sonhos felizes que se ouviram contar aos ouvidos da nossa infância.
Felicitamos todos os que intervieram no filme, estreado ao ar livre, em Boticas, na noite amena de três de Agosto 2012. Os espectadores acorreram em elevado número. Viram e gostaram. Vai ter honras de grandes salas nas cidades do país e no estrangeiro. Os autores,actores, e apoiantes da realização, todos “prata da casa“, e que suportaram pessoalmente todos os custos,com apoios mínimos de voluntários, receberam os aplausos dos seus vizinhos e amigos que ficaram encantados e orgulhosos com o resultado da união de vontades e de competências que fazem as grandes obras e que abraçam as causas dos desprotegidos, favorecendo situações onde os prazeres suplantem os momentos de tédio, de angústias e desilusões.
« Foi um fantástico acontecimento social»- assim escreveu o jornalista de “A VOZ de CHAVES” – o melhor jornal do Alto Tâmega e Barroso. Subscrevemos a afirmação e felicitamos todos os intervenientes nesta aventura de produzir e realizar um filme de “longa metragem” sem vir fazer manifestações a Lisboa, à porta da Secretaria de Estado da Cultura, também da responsabilidade de outro flaviense, o escritor Francisco José Viegas. Dá-nos a impressão que nascemos para viver à nossa custa e que até no pedir continuamos com o espírito de pobreza, talvez porque as desilusões abundem e prefiramos ser pobres mas honestos; ...à transmontana.
O filme « O PRAZER E O TÉDIO» deu início ao seu percurso de sucesso. Assim o desejamos.
A próxima exibição vai ser no dia 14 de Agosto, em Montalegre - a capital do Barroso.
Parabéns ao José Carlos Barros, ao André Graça Gomes e ao Filipe Alves – todos doutores, de méritos comprovados.
Artur Monteiro do Couto