belezas paisagisticas e artisticas de Trás-os-Montes
Quinta-feira, 17 de Julho de 2014
HISTÓRIA DA ALDEIA ONDE NASCI E DESENVOLVI.

 

 SAPIÂOS (Boticas) UMA ALDEIA COM HISTÓRIA E QUE VAI FICAR PARA A HISTÓRIA.

 

Nasci no sopé de uma serra que,segundo rezam as crónicas, por ter muitos leirões,(ratos grandes), se chama Serra do Leiranco, com 1134 metros de altitude.
SAPIÃOS, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, não foi um nome imutável ao longo dos séculos e, o que a tornou célebre pelas belezas naturais, economia agrária, água em abundância e situação estratégica, entre Bracara Augusta e Aquae Flaviae, foi “SIPIÕES” por ser a partir dali que nasceu o apelido “Barroso” de um fidalgo, senhor das Terras do Barroso que ali tinha uma Torre. Foi ele D.EGAS GOMES GUEDEÃO, no século XIII, que preferiu substituir Guedeão por Barroso. (Consultar Armorial Lusitano).
Na aldeia da minha vida, cresci a ouvir cantar os rouxinóis, o cuco, os galos, ao som do tilintar das campainhas das vacas, do chocalhar de cabras e ovelhas, de passear nos tradicionais carros dos bois e a cavalo dos dóceis burros e imponentes cavalos.
À medida que fui crescendo, ia-me deliciando a ouvir histórias de mouras encantadas que teriam vivido no Castro do Muro e que distribuíam amor aos homens valentes que ali habitaram, a que umas vezes chamavam “Mouros”, outras vezes “Romanos”, e só mais tarde admiti que também tivessem sido “Celtas”, “Calaicos”,
“Ibéricos” e não sei que mais…

 

   

 

 

Quando comecei a ir ao cemitério, disseram-me que dentro da elegante capela românica, em volta da qual foram aumentando o número de campas dos mortos, inicialmente, eram enterradas as pessoas mais importantes do “Povoado”. E mostraram--me essas sepulturas separadas por pedaços de rochas graníticas, cobertas de madeira e que sobre elas se ajoelhavam, ou estavam de pé, os fiéis que participavam nas cerimónias religiosas. Fiquei impressionado com o que estava a ver e a ouvir e tive a sensação de medo. Mais tarde, já homem feito e estudado, em conversa com populares, disseram-me que no lugar dos Pássaros havia umas pedras parecidas com as pias dos porcos e também parecidas com uma fotografia que tinha no manual de História de Portugal. Pedi ao José da Silva para mas mostrar e lá fui eu encontrar as “ Sepulturas Antropomórficas”, ainda maiores do que a do livro. Eram uma espécie de mausoléus da era moderna feitos directamente nas rochas, bastante perto do “castro do muro”. Agora, passei eu a ser o professor das sepulturas antropomórficas para a população local e não só. Descrevi-as no jornal “A VOZ DE CHAVES”; convidei a Dr.ª Isabel Viçoso, amante de antiguidades, a visitá-las, e pouco tempo depois, por iniciativa da Câmara Municipal de Boticas, foram resguardadas e passaram a ser um cartaz turístico da minha aldeia, já com o nome de SAPIÃOS.
Mas a minha aldeia é, sem fantasias, a que possui o Património Histórico mais valioso do concelho. Tem uma capela românica do século XIII onde se celebraram os actos de culto até ao século XVIII, século em que graças ao dinheiro vindo dos emigrantes do Brasil, se construíram duas elegantes capelas particulares e a actual Igreja Paroquial, com bela e artística talha dourada, estilo Barroco. Até ao século XX, consumíamos a água das fontes de mergulho e comíamos os frutos da terra, terra, no sentido próprio.
Tratavam-se as doenças com plantas do campo, sopas de burro cansado,(malgas de vinho com pão e açúcar), bagaço e mel.
A morte foi roubando os mais fracos; e os que resistiram aos inimigos da saúde, nesses tempos não distantes, alguns, chegam a viver quase cem anos.
Hoje, no dia 16 de Julho do ano 2014, a minha aldeia é de longe, a mais bonita e progressiva do Concelho de Boticas. Utiliza as tecnologias confortáveis das grandes urbes e enfeita-se com belos jardins das casas dos emigrantes no centro do grande jardim colectivo formado pelos campos, montes e vales que se vão ajustando aos nove meses de Inverno e três de Inferno, no dizer de alguns que só estão habituados a viver num espaço mal cheiroso, de meia dúzia de metros quadrados, com ar condicionado. Na minha aldeia faz-se História e vive-se a História dos antepassados com amor e alegria.

 

 

    História do Ensino e da Cultura no concelho de BOTICAS

 

     A música popular foi recolhida, em Sapiãos, pelo musicólogo Dr. José
Alberto Sardinha e sua irmã, Drª. Olinda, Técnica Superior do Museu de
Arqueologia de Lisboa (Mosteiro dos Jerónimos) no dia 01-09-1991.

 

       

                  Música do Romance "A BELA INFANTA"

          Foi editada em disco pelo Jornal de Notícias do Porto.

O Romance foi representado por jovens artistas "prata da casa" e as vestes que
envergam foram emprestadas pela Direcção do Teatro Nacional de São Carlos. Este
facto, por imprevisto e inédito, criou uma mais-valia importante na população
local, nos emigrantes em férias, vendo nós um deles, licenciado em Direito, no
Brasil, a manifestar toda a sua surpresa por ter deixado, aos teze anos de
idade, os seus conterrâneos apenas educados com a quarta classe, (actual 4º
ano), e agora assistir, na companhia do Presidente da Câmara Municipal e outros
emigrantes brasileiros, directores do Clube de futebol Vasco da Gama e da Casa
de Trás-os-Montes e Alto Douro do Rio de Janeiro, a um espectáculo de cariz
histórico, cantado, fazendo o o poema parte do Romanceiro de Almeida Garrett.
Aquilo foi um luxo no interior serrano pobre e abandonado pelo Portugal banhado
pelo Atlântico.

Na Aldeia da Minha Vida interiorizou-se o princípio de que nem só de pão vive o
homem. A Associação Cultural Serra do Leiranco justifica a sua existência.
Preserva as tradições, as danças e cantares regionais.

Mas no forno comunitário continua a cozer-se o pão centeio ou de mistura,
folares de carne ou sem ela, a assar cabritos, frangos, pimentos e outros
petiscos que nos fazem crescer água na boca.

A minha aldeia, que é A Aldeia da Minha Vida, está de braços abertos para Vos
acolher.

 

                Artur Monteiro do Couto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



publicado por belezaserrana às 19:48
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Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
AS FLORES NÃO ENCOBRIRAM A VIOLÊNCIA DAS LÁGRIMAS..

 

   

 

   

     Quando  menos se pensa, há sempre algo que nos faz tremer,

quando as mães choram a perda dos filhos ou estes perdem o carinho paternal. Os perigos surgem quando menos se esperam e nos fazem lacrimejar com maior ou menor intensidade. Neste momento, tenho o jornal CM à minha frente. Os acidentes sucederam-se nos últimos dias. Morreram Jovens felizes quando se divertiam com amigos, e morreram idosos violentamente assaltados quando estavam preparados para viver os últimos dias em paz. Triste realidade esta.

    A solidariedade ajuda a sangrar o nosso coração, mesmo que pensemos momentaneamente, sem palavras cheias de beleza como as pensadas e escritas nos Livros  de SOFIA de MELLO ANDERSEN.

     Associemos à nossa dor de Solidariedade a beleza e o encanto de mais um percurso pelas páginas de " A MENINA DO MAR ".

 Desejamos que este sentir carnal e poético da poeta sirva de alívio e ternura para todos   os que neste momento estão a viver momentos difíceis. E são muitos. A  esperança em dias melhores será um lenitivo para as lágrimas salgadas.

            Artur M. Couto



publicado por belezaserrana às 19:33
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