ABRIL EM PORTUGAL E AS FESTAS NO NORTE DE PORTUGAL.
CALVÁRIO de Sapiãos junto do qual os crentes cantam e rezam na Sexta-Feira Santa. lembrando a Paixão de Jesus Cristo.
A Primavera passeia-se feliz de norte a sul deste recanto lusitano à beira-mar plantado, que dá pelo nome de Portugal desde o século XII. As árvores floriram, as aves chilreiam, as crianças brincam em tempo de férias, as galinhas continuam a entoar «có-có-ró-có…) anunciando que já há mais ovos para os folares…
A alegria transmite-se em todas as direcções, atingindo o auge, para os cristãos, no dia 12 (Domingo de Páscoa) – festa da Ressurreição de Jesus Cristo, e para os políticos, no dia 25 de Abril, feriado nacional em que se comemora a “ Revolução dos Cravos “ reinício da Democracia.
A tradição cristã comemora a Páscoa da Ressurreição mais efusivamente , com vocabulário mais pacífico e “comes e bebes” mais apetitosos. Destacamos os cordeiros, filhos das ovelhas, bem temperados, cozidos ou assados nos fornos que cozeram os folares. A visita pascal assume festa especial no decorrer do Compasso, na região do Minho. Tocam as bandas musicais e estouram os foguetes. Os Minhotos são os mais festivos e festeiros de Portugal. «Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso». Nos folares, com carne ou sem carne, os transmontanos dão cartas, sobretudo na região de Chaves e Valpaços.
Recordemos as origens do folar: «Em tempos remotos, tradicionalmente, o ritual do Folar iniciava-se quando o afilhado de Baptismo levava o “Ramo” à missa, no Domingo de Ramos para aí ser benzido. No Domingo a seguir, Dia de Páscoa, o afilhado ia cumprimentar o Padrinho saudando-o deste modo: «Dê-me a sua bênção, meu Padrinho». Este estendia a mão e enquanto o afilhado lha beijava dizia: « Deus te abençoe e entregava-lhe o folar que tanto podia ser em dinheiro como em pão pascal, segundo a descrição bíblica.
Com o andar dos tempos apareceu o Folar dos nossos dias: uma delícia feita de farinha triga, ovos das galinhas, manteiga ou azeite, com carne ou sem carne de porco. E o segredo da óptima qualidade está em preparar bem a massa, não ter preguiça de a amassar o melhor possível e sempre num determinado sentido. (Informação recolhida nas Termas de Chaves).
Valpaços tem a ambição de se tornar na Capital do Folar em Portugal. A Câmara Municipal organizou a Festa do Folar, a decorrer nos dias 3,4,5 de Abril, associando ao tradicional folar outros bolos e iguarias características do concelho; sobretudo o azeite e o vinho. No ano transacto foi visitada por mais de 60.000 pessoas. O seu Presidente da Câmara, Eng. Francisco Tavares, há 11 anos que avançou sobre Lisboa com o Folar e outros produtos agrícolas afins, e impôs-se aos lisboetas. Hoje, numa das montras da Rua Augusta está bem visível o anúncio e o produto: “Folar de Valpaços”. Na Rua do Ouro vemos montra semelhante referindo o “Folar de CHAVES”. Os padeiros-pasteleiros são transmontanos e orgulham-se de realizar o que as suas avós lhes ensinaram.
Este ano, na Praça da Figueira, em Lisboa, no dia 5 de Abril, A Banda Musical de Chaves, “OS PARDAIS” virá abrilhantar a FESTA DO FOLAR TRANSMONTANO, organizada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa. A Direcção convida toda a gente para a festa.
Lá estaremos.
Artur Monteiro do Couto