Um casal que não quis viver na pobreza da sua terra natal, pegou nos sacos e a mala de cartão, com umas peças de roupa dentro e a merenda para a viagem, meteu-se no comboio em Vila Pouca de Aguiar e disse adeus a Cidadelha de Jales, às minas de ouro, e ruma em direcção ao Jardim Zoológico de Lisboa. Com uns magros escudos escondidos e pendurados ao pescoço da mulher, procuraram uma pensão para pernoitar. No dia seguinte, o Albano, ainda muito jovem, e corpo bem treinado nas Minas de Ouro para qualquer tipo de trabalho, viu umas gruas que estavam a levar tijolos e cimento para uns prédios em construção e pensou de si para consigo: « tu queres ver que vou já arranjar trabalho…» e arranjou. Com a mulher sucedeu o mesmo, mas numa outra profissão. E a vida começou a sorrir-lhes cada vez mais, à medida que o tempo passava e surgiam novas oportunidades. Só uma coisa lhes roubava o sorriso, quando se lembravam do cantar dos galos, do tilintar dos chocalhos dos bois, das campainhas das ovelhas e das vozes dos vizinhos e dos amigos.
O Albano Teixeira da Silva arranjou a mitigar as saudades do que por lá tinha ficado. Decidiu construir, em miniatura, todos os utensílios com que por lá trabalhou e das suas mãos, comandadas pelo cérebro, saiu um trabalho admirável, apreciado e louvado por cultos e incultos, letrados e analfabetos, viu o seu sonho coroado de êxito quando os Serviços Culturais da Câmara Municipal da Amadora lhe deram a Classificação de MUSEU DE ARTE ALBANO SILVA, reconhecido, mais tarde, pelo Ministério da Cultura e classificado como Museu Etnográfico Albano Silva.
São centenas de peças a retratar a vida rural de uma aldeia transmontana igual a muitas outras. Talvez a nossa. Pelo trabalho produzido por mãos habilidosas e cheias de vigor na defesa dos valores culturais, sociais e laborais da nossa tradição rural, em risco de extinção, recebeu umas palmadas nas costas, acompanhadas de palavras elogiosas e estimulantes, mas nos bolsos ou na carteira não entrou nada. Tudo pagou à sua custa e nunca andou a mendigar apoios vindos dos Governos ou da Comunidade Europeia. Até as instalações do Museu estão no rés-do-chão da sua habitação própria na
Rua Casal Branco, 39 - Casal da Mira – São Brás – Amadora
Pode ser visitado pelo
Público: todos os dias, das 9horas às 20.
Escolas: Dias úteis, das 9,30 horas até às 18 h.
Com marcação pelo telefone 21 493 93 30.
Entradas gratuitas.
Na Feira do Mel e do Artesanato, em Agosto de 2008, recebeu o 1º prémio de artesanato em granito, no valor de 100 €uros, com o Cruzeiro da sua aldeia, o Senhor dos Milagres.
Foi agraciado com o Símbolo do Rotary Clube Internacional, sob proposta do Rotary Clube da Amadora. Foi entregue pelo Francês, Presidente do Rotary Clube de França.
Tem recebido apoio publicitário da Câmara Municipal da Amadora; especialmente pelo Dr. Jorge Miranda; do Presidente da Junta da Freguesia, o transmontano de Vimioso, Amílcar Martins e pelos Supermercados L I D L.
Artur Monteiro do Couto