UTENSÍLIOS ANTERIORES À ELECTRICIDADE:ferro de engomar,
candelabro, lampião a azeite e fogareiro a petróleo. Foi com es
tas novidades da época que viveram os nossos avós ricos.
AS BARRAGENS DO ALTO TÂMEGA E OS CRÍTICOS
Diz a sabedoria popular: «Cada cabeça sua sentença» e é o que está a acontecer com as barragens adjudicadas à Empresa Espanhola IBERDROLA.
«Aqui fica a minha sentença», depois de ouvir sábios e ignorantes:
Primeiro. As quatro barragens vão ser instaladas em locais que, até à data, têm sido abandonados pelas populações, pelos autarcas e pelos Governos de Portugal.
Em volta desses locais, as florestas ardiam, e continuam a arder, quase todos os anos e a agricultura só era, e é, praticada por resistentes pobres que tinham, e têm, amor às suas origens. Vejam o despovoamento das zonas rurais, à medida que os mais jovens podem dar o salto para o litoral ou para o estrangeiro.
Vejam a quantos quilómetros ficam os centros de saúde e os hospitais mais próximos; aonde é que os actuais habitantes dos locais onde vão ser construídas as barragens vão arranjar dinheiro para pagar as deslocações dos filhos para as escolas das cidades? Saindo os pobres e os filhos dos pobres do meio das serras, quem vai, amanhã, apagar os incêndios nas florestas que rodeiam os rios, mas que por falta de açudes ou mini-hídricas, nem os helicópteros nem os carros dos bombeiros, actualmente, têm onde se reabastecer?
- É que eu já vivi todas estas situações. Até já estive num funeral de funcionários, com o Administrador Acúrcio Castro à frente, em Boticas, todos queimados, entre os rios Tâmega e o Terva, na freguesia de Pinho, e a exalar uma peste profunda, insuportável mesmo pelos mais resistentes. Observem a fotografia da Serra do Leiranco, neste blog, e vejam quantos pinheiros lá encontram depois de ter estado toda verdejante…Sobretudo, por falta de depósitos de abastecimento de água.
Aparecerem agora uns meninos das cidades armados em ecologistas a contestarem as “barragens” só por estar na moda ser-se ecologista, é pouco e às vezes ridículo. Todos os cidadãos bem formados devem ser Verdes e Ecologistas, todos amamos a natureza, mas gostamos de ter electricidade em casa, e não as candeias de petróleo e de azeite; todos queremos televisões, rádios, computadores,
Internet, e outras novas tecnologias que vão surgindo todos os dias. E as energias têm de vir de algum lado. Se somos contra a energia nuclear, contra as eólicas nas serras, contra as barragens e outras coisas no género, digam, concretamente o que querem. Voltar à Era da Pedra? Creio que não. Acho que muitos dos contestatários, preferem dormir dias a fio junto ao Pavilhão Atlântico a ver consumir a electricidade pelos conjuntos de que são fãs do que virem para o Alto Tâmega e Barroso viverem à luz da candeia, onde não há as vedetas que fazem gritar e chorar as paranóicas citadinas dos meios urbanos.
O que me parece razoável é que defendamos os interesses das populações que vão ser directamente atingidas e, talvez, reivindicar para toda a vida de uma família, um único vencimento e os bónus do presidente da EDP, que ele recebeu só num ano.
Quanto a outras vantagens económicas, se tiverem dúvidas ou não souberem mesmo nada, convidem o Dr. José Roquette, banqueiro, vinhateiro (Esporão) e especialista em inovações económicas, a riqueza que das ditas barragens pode surgir para a Região, como está a acontecer com o Alqueva. De críticos ignorantes e de conversa fiada estamos nós fartos. O estado actual da economia portuguesa é um bom testemunho disso.
Artur Monteiro do Couto