Na aldeia de Sapiãos, concelho de Boticas, para angariar fundos para as obras da Igreja, a Comissão Fabriqueira comprava um leitão (porco pequenino) e a alimentação deste, até ser grande e estar muito gordo, ficava ao cuidado da população que gostava muito de colaborar com a engorda do porco de Santo António.
Cada dia mudava de tratador, que o alimentava durante o dia, e à noite, ia dormir à corte, assim se chamava uma pequena divisão de uma casa, coberta e atapetada de palha para ele dormir confortavelmente. Em cada despertar de um novo dia, aparecia uma nova amiga a convidá-lo a sair e a ir almoçar e jantar a casa dela. Rua abaixo, lá ia ele de campainha ao pescoço a anunciar que ele era um convidado e um porco especial. Era propriedade da aldeia e crescia para benefício do Património Histórico da Aldeia.
Depois de uns meses de bem tratado, chegava o dia de ser arrematado em leilão público para ser entregue a um só dono que, na altura das cevas o ia transformar em presuntos, salpicões, chouriças e outros sabores para deliciosos condimentos e iguarias.
E as igrejas continuam bem conservadas e bonitas. Aqui fica o nosso agradecimento aos numerosos porcos de Santo António que se foram sucedendo ao longo de séculos, na aldia.
Artur Monteiro do Couto