Entre as serras de Boticas,Chaves e Vila Pouca de aguiar corre o rio Tâmega, agora famoso pelas Barragens.
AS BARRAGENS, O TURISMO E AS FLORESTAS
Na minha frente tenho o SEMANÁRIO “A VOZ DE TRÁS-OS-MONTES”, nº 3129 de 3 de Junho 2010,
dando voz às queixas da Cooperativa Agrícola e Câmara de Boticas contra o Estado, por não ter satisfeito as suas pretensões na reflorestação das áreas ardidas em Agosto de 2002. O estudo apontava para a introdução de plantas ornamentais e medicinais, reflorestação com folhosas e criação de pontos de água.
Comentando a notícia, é sobre os pontos de água que quero fazer algumas observações.
Durante muitas dezenas de anos, nem Governos, nem Câmaras Municipais, nem Cooperativas Agrícolas pensaram dar prioridade aos pontos de água porque é precisamente nas freguesias onde tudo ardeu que mais água havia e há: Fiães do Tâmega (Veral), Curros (Mosteirão), Pinho, etc., por aonde passa o rio Tâmega e agora vai ser construída uma das Barragens do Alto Tâmega. E se esta barragem estivesse feita em 2002 já as referidas áreas florestais não tinham ardido, já que o incêndio atravessou as águas dos rios Terva e Tâmega, parecendo estar a rir-se dos meios técnicos disponíveis para o combater, visto que as árvores das margens, nalguns pontos, tocavam umas nas outras e nem bombeiros, nem helicópteros conseguiam atingir os objectivos que os levaram ali.
Observem esta fotografia tirada poucos dias antes do tal incêndio, a partir de Mosteirão,concelho de Boticas,voltados ao concelho de Chaves;
Se em 2002 existisse a Barragem a separar as montanhas, sem prejudicarem ninguém, de uma forma visível, os helicópteros e os bombeiros poderiam facilmente abastecer-se de água e evitar a destruição total da floresta e das propriedades dos miseráveis agricultores que ainda não saltaram para outras paragens.
PARAR A BARRAGEM por causa do “mexilhão” é «cómico» (PROFESSOR da UTAD)
Esta notícia mereceu destaque no Telejornal da TVI, em 22 de Junho 2010.
Fonte do Ministério do Ambiente disse à Lusa que, «mediante medidas de reforço, a produção hidroeléctrica inicialmente prevista para o conjunto das quatro barragens mantém-se com a construção de apenas três».
Esta decisão da tutela «protege os valores ambientais sem colocar em causa a produção hidroeléctrica prevista».
IOL Diário – Alto Tâmega.
Para o professor da UTAD, a solução «ideal» para o Alto Tâmega não passa por chumbar todas as barragens, até porque diz que a região está deprimida, económica e socialmente, e é uma área que não tem desenvolvimento económico e industrial.
«Temos que ser sensatos e temos que intervir nesta área para criar planos de desenvolvimento sustentáveis. Só que as barragens como estão projectadas não vão gerar desenvolvimento sustentável de forma nenhuma», frisou. O ideal seria, defendeu, «fazer o processo bem feito».
Copiado de IOL Diário – Padroselo.(22 de Junho 2010)
Só espero não continuar a ver, o que tenho visto quase todos os anos durante as férias: as serras a arder, sem encontrar os responsáveis, que as populações não denunciam com medo de represálias, e os helicópteros a terem de percorrer longas distâncias à procura de água para se reabastecerem. A minha opinião sobre as Barragens está bem expressa noutros escritos deste blogue. Todos somos livres para expressar os nossos pontos de vista, sempre com o objectivo de cumprirmos um direito e dever de cidadania. Espero que seja encontrada a melhor solução, defendendo os interesses dos mais desprotegidos.
Artur Monteiro do Couto