SERRA DO LEIRANCO NA FREGUESIA DE SAPIÃOS E AS ANTENAS
FILHOS E NETOS DE EMIGRANTES RECUSAM PASSAR
FÉRIAS NAS ALDEIAS TRANSMONTANAS.
Habituados a utilizar as SUPERAUTO-ESTRADAS da INFORMAÇÃO para jogar, falar, ver filmes, etc. e a terem o mundo dentro da sua casa em qualquer aldeia ou cidade francesa, alemã, suíça, inglesa ou da América do Norte e virem passar férias a qualquer aldeia transmontana onde nem sequer podem utilizar um simples telemóvel para trocarem mensagens com os namoradas/os, verificam e pensam que ainda estão a viver na Era da Pedra e recusam viver assim, em pleno século XXI.
Isto faz lembrar as mulheres que em tempos se recusavam a ir para a terra dos maridos onde não havia casas de banho e tinham de ir satisfazer as necessidades fisiológicas às “cortes dos porcos”…
Há muitos anos que temos vindo a reclamar e a exigir, como cidadãos portugueses, que esta situação de miséria social e abandono pelas empresas ricas como a
PT/TMN, que agora ganhou tantos milhões com a venda da “VIVO” que nem sabem o que hão-de fazer a tanto dinheiro, depois do novo investimento na brasileira “OI”. Até à data, pouco ou nada adiantámos para a aldeia de Sapiãos, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, apesar de termos antenas na nossa Serra do Leiranco. A Câmara Municipal de Boticas anunciou em 15 de Julho no jornal “A VOZ DE TRÁS-OS-MONTES” que um «Posto móvel de Internet percorre as freguesias instalado numa viatura … com computadores portáteis e preparada para vídeo-conferência e comunicações wireless…» .E quando a carrinha se vier embora, passada uma ou duas horas… vamos acender fogueiras ao alto das serras, como se fazia há milénios, para as populações comunicarem umas com as outras? Vimos o sinal de boa vontade do Presidente da Câmara em «candidatar o Município ao Programa Novas Tecnologias no Mundo Rural, apresentado pela edilidade ao Eixo Prioritário V do ON. 2.»
Mais vale tarde do que nunca, mas ponho em causa a propaganda feita aos célebres Magalhães. E este desabafo é feito a partir de uma aldeia situada a 3 quilómetros da sede do concelho por quem vive entre os privilegiados de Lisboa. Mas a solidariedade com os abandonados obriga a que isto seja dito e redito desde há 10 anos. (Ver documentos neste blog,publicados no dia 12 de Julho.)
Artur Monteiro do Couto