OS INCÊNDIOS E A FALTA DE ÁGUA MOTIVAM O DESPREZO DAS TERRAS.
AS BARRAGENS EM “PRÓS E CONTRAS”
Abrimos este assunto que tão discutido tem sido, com um pequeno número de portugueses contra e significativamente mais a favor da construção das mesmas, com umas observações publicadas ultimamente nos meios de Comunicação Social:
- Bragança teve de ser abastecida de água, pelos bombeiros, extraída da barragem do Azibo, Macedo de Cavaleiros.
- A falta de chuva dos últimos meses secou a barragem do Alto Lindoso e, passados 20 anos, muitos habitantes puderam ver os restos das casas que tiveram de abandonar, quando a barragem começou a encher.
- Os preços da água continuam a subir e muitas famílias não podem suportar os custos.
-O preço da electricidade tem vindo a subir. «É urgente aumentar a produção de todas as fontes de energia.»
- Chegou a chuva em 23 de Outubro, e a neve à Serra da Estrela no dia 25; e com elas, surgiu uma nova esperança para os agricultores.
Posto isto, passemos à água e às barragens.
- JORNAL EXPRESSO de 22 de Outubro, página 4: « Candidatura Conjunta; Portugal e Espanha querem Agência da Água. Forum Mundial Lisboa 21...»
Passo a transcrever do Jornal EXPRESSO de 15 de Outubro 2011, página 29 (primeiro caderno) algumas declarações da autora, Dulce Álvaro Pássaro (ex –Ministra do Ambiente do anterior Governo do Eng.º José Sócrates)- que são uma resposta àqueles que manifestaram à TROIKA a sua oposição ao Plano Nacional de barragens do Governo, considerando-o “um desastre económico e ambiental”.
«PLANO NACIONALL DE BARRAGENS: DESASTRE OU MAIS-VALIA?»
« Sendo clara a mais-valia do PNBEPH para a consolidação das políticas energética e ambiental num contexto de desenvolvimento sustentável, a construção destas barragens foi precedida de Avaliação Estratégica, além da avaliação ambiental caso a caso, que determinou para além de várias medidas de salvaguarda e protecção, a não construção da Barragem de Padroselos (rio Beça – Boticas- para salvaguardar 12 mexilhões não comestíveis.-Observação do autor destas notas.)»
«Efectivamente, na sequência do concurso público internacional a que os 10 locais foram submetidos, o Estado encaixou contrapartidas financeiras de 600 milhões de euros, garantindo ainda os fins múltiplos como o abastecimento e a rega.Nos contratos assinados com os promotores, não estão previstos quaisquer encargos futuros para o Estado, sendo a construção das barragens assegurada por investimento privado superior a 2000(dois mil) milhões de euros, com incidência na dinamização da economia e criação de emprego.»
Nota: Estas decisões têm sempre «prós e contras»,como em tudo na vida, e são aceitáveis todas as opiniões. «Da discussão nasce a luz», como diz o senso comum.
Tendo em conta as misérias e fraquezas actuais de Portugal, sou dos que aceita o argumento das mais-valias: criação de emprego, aumento de fontes de energia, abastecimento de água para as populações e fortes apoios para o combate aos incêndios. Não compreendo que se elimine a barragem de Padroselos por causa, diz-se, de 12 mexilhões, segundo informações que recolhi junto de habitantes locais, que nunca os viram, nem conhecem quem os teria visto. - Não haverá câmaras de filmar para esclarecer este assunto?! Recorra-se à NATIONAL GEOGRAPHIC… Isto tem uma certa razão de ser porque, na minha aldeia, em 2010, “apareceram lá uns rapazes de Jeep a perguntar a pessoas que merecem crédito, se nunca tinham visto no Ribeiro do Vale, mexilhões ou outros bichos estranhos.”
Com tantas mentiras que se têm feito passar por verdade, mesmo no campo das hipóteses científicas, tirem-se as dúvidas a cépticos como eu, acreditando sem reservas no «Ver para Crer-acreditar”.
Trocar a mais-valia de uma barragem por uns inúteis mexilhões, parece-me uma decisão ridícula, como outras que transformaram Portugal num mendicante. E os agricultores, perseguidos pelos incêndios e pelos poderes públicos, abandonam as propriedades deles e vão trabalhar e rentabilizar as estrangeiras.
E nós ficamos a ver as águas, que agora começaram a cair, correndo a alta velocidade para o mar.
Artur Monteiro do Couto