EMIGRANTES OBRIGADOS A TRABALHAR EM TERRA ALHEIA.
Conselhos do prémio Nobel de Economia 2008, em 27 de Fevereiro de 2012,em Lisboa:
O economista Paul Krugman defendeu esta segunda-feira que Portugal precisa de cortar salários 20 a 30% face à Alemanha, que serve de referência na Zona Euro…
«Não é uma coisa boa, mas é inevitável», disse numa conferência de imprensa que antecedeu a cerimónia de outorga da insígnia de Doutor honoris causa pelas Universidades de Lisboa, Técnica de Lisboa e Nova de Lisboa, acrescentando que «infelizmente, Portugal tem um défice comercial elevado».
Krugman apontou o dedo aos governos irresponsáveis que Portugal teve.
- Questionado porque é que tomava a Alemanha como referência, uma vez que esse não é um dos concorrentes diretos de Portugal no mercado internacional, o Nobel da Economia de 2008 defendeu que a referência deve ser o «núcleo da Zona Euro» e não a China.
«Portugal não precisa de baixar os salários para o nível dos chineses», afirmou.
- Como compreender a calendarização de greves para exigir condições de trabalho e remunerações, exactamente opostas às aconselhadas por um Professor competente e independente do poder político que governa os países?...
- É difícil de entender, a não ser pelas reivindicações políticas de alguns partidos que põem os seus interesses pessoais acima dos interesses nacionais.
- Não seria melhor ajudar a introduzir mudanças que respeitassem os direitos dos trabalhadores e dos patrões, ou, até, seguir o exemplo daqueles jovens licenciados que, desiludidos com a burocracia e angústia vivida nas cidades, preferem regressar às origens, utilizando novos métodos para trabalhar as boas propriedades que lhes recompensem o seu trabalho e a sua paixão marcada com o “sal da terra” : os calos e as bolhas das suas mãos” do que acrescentar a miséria à revolta?
Realçamos as” boas terras, a abundância da água” para as regar quando for preciso.
- É evidente que não estou a pensar na agricultura do meu concelho, terra desertificada pela emigração.
Pouca gente se preocupou com os recursos hídricos, em criar condições para regar os campos no Verão e em tempo de seca. O resultado é o que estamos a ver. Pouco a pouco as árvores foram sendo queimadas nos baldios e nas propriedades privadas. Escaparam os benefícios de alguns, poucos, servidores do Estado. E neste Blogue temos mostrado e demonstrado as razões deste desabafo. Em 25 de Agosto de 1963, no tempo dos fascistas, foi inaugurado o primeiro grande tanque destinado a regar as terras de regadio, com a presença do Ministro das Obras Públicas, Engº Eduardo Arantes de Oliveira.
Fomos pioneiros no concelho a fundar uma Associação de Regantes... dispostos a custear as despesas. Graças ao 25 de Abril, ficámos isentos de qualquer pagamento, mas as obras ficaram por ali; e não temos conhecimento de mais nenhuma iniciativa no género, a não ser no vale de Chaves. Esbanjaram-se subsídios, arderam ou secaram os castanheiros e a ninguém foi pedida qualquer responsabilidade. É este o estado da nação dos agricultores barrosões. E, nestas circunstâncias, não recomendo aos meus conterrâneos que regressem para trabalhar as suas terras para viverem na miséria. Voltar, sim, para passar as férias e mais tarde, com os cheques das reformas vindas da França, da Suíça, da Alemanha, das Américas e de outras paragens, acautelando as contas mal paradas depositadas nalguns Bancos, em Portugal, ou a sobrecarga permanente de impostos e abaixamento dos juros.
E, por hoje, ficamos por aqui.
Leia mais pormenores em «PATRIMÓNIO HISTÓRICO de uma ALDEIA TRANSMONTANA “ SAPIÃOS” –páginas 88 e seguintes. Bibliotecas da Universidade de Lisboa (cota hg44851v) e Coimbra.
Artur Monteiro do Couto