«Quem espera por sapatos de defunto anda toda a vida descalço».
É assim que o Povo analisa as promessas na sua sabedoria secular.
Ou «Quando a esmola é grande, o povo desconfia».
POÇO DAS MINAS DE OURO ROMANAS EM PORTUGAL
Vem isto a propósito das sucessivas promessas que se têm feito sobre a possível exploração das antigas Minas de Ouro romanas do Poço das Freitas localizadas no Vale do rio Terva, (Boticas-CHAVES) com o beneplácito da Direcção Geral de Energia e Geologia e com a visita ao local pelo Secretário de Estado, Artur Trindade. Foi dito que o valor estimado do ouro ali enterrado que é de2,5 mil milhões de euros.
- Simultaneamente, surge a Universidade do Minho interessada em estudar o “Parque Arqueológico do Vale do Terva que se estende por uma área de 58km2, envolvendo cinco aldeias: Ardãos, Bobadela, Nogueira, Sapelos e Sapiãos, com uma população actual a rondar os 2.300 habitantes.
Tenho todas as razões para não acreditar, com a população local, nestas esperanças vãs, porque de «falsas promessas está o inferno cheio». Se têm sido desprezadas coisas fáceis e baratas, vai agora o Governo mendigo e empresas falidas investir no hipotético?
- No que me diz respeito, como cidadão que sempre defendi os interesses dos meus vizinhos e amigos sem nada receber em troca, a viver numa das duas cidades da Europa melhor classificada pelos turistas, sempre defendi o Rio Terva, açudes no referido rio que permitissem o “lazer”, regas dos campos envolventes, e “postos de abastecimento para “Bombeiros e helicópteros.” Tudo isto foi desprezado e foram-se gastar avultadas somas no Parque da Itineris em Carvalhelhos, abandonado e arruinado menos de um ano depois.
E ironia do destino, logo a seguir fechou a Estalagem de Carvalhelhos.
Entretanto, foi posto de lado o projecto da Serra do Leiranco, o verdadeiro suporte do Vale do Terva, e posto de vigia do Alto Tâmega. Estas obras por mim defendidas são todas baratas e não dão grandes despesas nem grandes lucros a quem as fizer ou promover. Mas podem dar muito bons resultados turísticos e agrícolas imediatos a quem lá vive ou queira gozar momentos de prazer saudáveis. Chaves mora ali ao lado e acorda com as imagens saídas do contraforte do Leiranco que tem o suposto ouro a seus pés.
Contentamo-nos com pouco; “valem mais “cinco” na mão do que “dez” a voar.
Preferimos a valorização da fauna e da flora 487 e dos recursos ao alcance das populações, que as têm feito sobreviver.
«Promessas não pagam dívidas». Aproximam-se eleições... não queiram vender mais ilusões.
Ouçam mais os Presidentes das Juntas das Freguesias.
Artur Monteiro do Couto