As “TELEVISÕES”, em Portugal, têm dado cobertura especial
aos “lares clandestinos”, mostrando imagens e ouvindo comentários reveladores de tratamentos a humanos, bem piores do que os dados nos “lares dos burros” aos seus hóspedes, em Terras de Miranda do Douro.
Ao observarem e ouvirem com os seus próprios olhos e ouvidos as hipóteses de mais tarde lhes poder vir a acontecer o mesmo, levantam-se vozes revoltadas contra tudo e contra todos, a começar pelos governantes, acabando nos filhos e netos: - todos uns selvagens e uns desumanos!...
É vulgar atirar pedras aos outros e pouquíssimos admitirem culpas próprias.
Não queremos ofender ninguém, mas desejamos alertar para pensar nos problemas enquanto é tempo.
Hoje, vou falar do que sei:
A Associação de Solidariedade dos Professores é uma pessoa colectiva de utilidade pública, de acordo com o Art.º 8.º do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de Fevereiro. A qualidade de associação de solidariedade social está-lhe reconhecida pela inscrição no Centro Regional da Segurança Social de Lisboa, sob o n.º 29/83.
Uma professora rica em haveres e em solidariedade, originária da cidade de CHAVES- (Dr.ª Alice Maia Magalhães), vendo as dificuldades económicas e sociais em que viviam muitas das suas colegas e familiares, resolveu criar a ASSP e doar-lhe todos os seus bens, avaliados, à época, em muitos milhares de contos. Quem visitou Lisboa, conhece o “Miradouro da Senhora do Monte”, a capelinha e a vivenda que envolvem o largo do miradouro, que podemos observar, a olho nu, de toda a Baixa de Lisboa ou da margem sul do Tejo. Esta vivenda era a sua residência, que herdara de uma família rica transmontana. Doou mais duas vivendas junto à estação dos comboios na Parede (linha de Cascais), uma casa senhorial, com capela, horta, jardim, e outros haveres no concelho de Paredes, distrito do Porto. Partindo desta generosidade e espírito de solidariedade, muitos outros colegas do Liceu D. Leonor, perto do Hotel Ritz, em Lisboa, começaram a trabalhar com afinco para atingir os objectivos da sua fundadora. Neste momento, temos de referir outro grande Professor e Director de Serviços do Ministério da Educação – o Dr. Carlos Pimenta, natural de Gouvinhas do Douro.
Os Professores do Porto foram os primeiros a fundar a Casa do Professor na Estrada Interior da Circunvalação, comprando a sede, com o apoio da Direcção Nacional, e instalando lá a primeira residência. A partir daí, os associados foram aumentando a nível nacional, com o apoio da TVI (Eng.º Roberto Carneiro), do Professor José Hermano Saraiva (RTP-Horizontes da Memória) e muitas outras boas vontades. Facilmente atingimos 11.000 (onze mil associados) e, desde esse período, por se ter desprezado a publicidade e alguns colegas desanimarem com o desinteresse de muitos outros, o crescimento abrandou o ritmo inicial, embora a última Revista da Assp/ Março/Abril registe o número 19.104.
A Direcção que há dias tomou posse tem agora um forte aliado para dinamizar o crescimento desta grande Instituição porque os Professores têm de se convencer que os seus problemas relacionados com invalidez, terceira ou quarta idade, não se resolvem a gritar nas Avenidas das grandes cidades.
NAS MANIFESTAÇÕES QUE TENHO OBSERVADO, nunca vi reivindicar a construção de Centros Sociais de apoio para os Seniores. E o mais certo é todos os cidadãos irem engrossar o número dos desprotegidos e abandonados, pelos filhos, netos, bisnetos e outros que só lhes faziam festas enquanto podiam receber parte do salário ou a reforma inteira.
Em 1983, quando a ASSP foi fundada, havia cerca de 150.000 (cento e cinquenta mil) professores de todos os Ramos de Ensino. Fizemos as contas e concluímos: «se todos os professores se inscrevessem e contribuíssem com a cota mensal do custo de um maço de cigarros, poderíamos construir uma bela Residência todos os anos…» Muitos milhares não quiseram ouvir a mensagem, e agora, lamentam-se de estar a viver em solidão e abandonados por aqueles a quem deram tudo.
Se tem Internet, ligue:
www.assp.pt e observe o grande património humano
e material desta Instituição, independente do poder político, onde as pessoas e o seu bem-estar estão em primeiro plano.
A última Residência a ser inaugurada é da autoria do Arquitecto Souto Moura em Carcavelos, concelho de Cascais, com o apoio do Presidente da Câmara Municipal, Dr. António Capucho.
Inscreva-se, enquanto é tempo de assegurar um futuro digno, sem sacrificar os seus familiares ou ser abandonada (o) por eles.
Artur Monteiro do Couto