Angela MERKEL no dia 12 de Novembro em LISBOA
A emigração em massa dos transmontanos para Lisboa, antes da emigração em massa para a Europa, motivou uma “Tese de Doutoramento” de um cidadão da Alemanha e a deslocar-se a Lisboa para saber das causas da vinda de tantos milhares de transmontanos para a Capital.
Tomei conhecimento directo desta decisão de um candidato a PROFESSOR universitário na Alemanha porque o encontrei na sede da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Lisboa, na Rua da Misericórdia, nº 20-2º andar, próximo do ano de 1970. Não posso precisar bem a data. Como eu tinha automóvel, perguntei-lhe se queria uma boleia. O Senhor respondeu-me que pretendia deslocar-se para a Praça de Londres. Respondi-lhe:
« eu moro ali perto e vamos conversando os dois».
Ao descer do Bairro Alto, já na Praça da Alegria, observou-me: estou a documentar-me, para uma Tese de Doutoramento, sobre as verdadeiras causas por que tantos milhares de transmontanos (cerca de 500.000) vieram para esta região. Eu acrescentei de imediato: informo-o já eu. Foram a miséria, a fome, e a baixíssima qualidade de vida; sem haveres, com habitações miseráveis impróprias de qualquer ser humano.
– Mas atenção, muitos, depois de terem começado a trabalhar e a ganhar dinheiro, aplicaram a “ Teoria Económica do Salazar”. Quando ele ouviu isto, puxou de uma caneta e de um bloco de notas e perguntou-me: então qual era essa Teoria do Salazar? – Respondi-lhe: “produzir e poupar” para evitar a miséria”.
Nunca poderia adivinhar eu, que passadas algumas dezenas de anos, viessem agora os Alemães, representados pela Senhora Angela MERKEL, uma das políticas mais importantes do Mundo moderno, recomendar-nos que apliquemos novamente, em Portugal, a Teoria Económica do Salazar, acrescida do investimento.
E estou de acordo com os cidadãos alemães e todas as pessoas de bom senso: não é à custa do trabalho, suor e sangue alheio que vamos conquistar melhor qualidade de vida para todos os cidadãos portugueses.
Devemos ser solidários e proteger os desfavorecidos, sejam eles pobres ou doentes, velhos ou novos. Mas sustentar parasitas é indigno de quem faz isso e não passa de fazer uma nova sementeira de malandros, disponíveis para todas as festas e farras, sempre de mão estendida. Esta carapuça, só muito poucos transmontanos a enfiam. E faço votos para que reconquistemos o respeito e a dignidade que outros nos foram dando em tempos idos.
Termino, afirmando que há, nos nossos dias, grandes fortunas de transmontanos, a viver e a trabalhar a partir de Lisboa. E sobre o talento saído de Trás-os-Montes, todo o Mundo o reconhece: o do Dr.José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia. E nunca foi Salazarista…
Artur Monteiro do Couto