O DESPREZADO MIRADOURO “Serra do Leiranco” A 1.134 METROS DE ALTITUDE.
Parecem violentas e injustas as palavras utilizadas na legenda quando a imagem nos mostra uma paisagem espectacular que, partindo dos limites do concelho de Montalegre, nos faz saltar sobre uma grande parte do concelho de Boticas, sobre a auto-estrada A 24, junto a Vidago – concelho de Chaves, (onde vemos terra branca) e nos leva até aos confins de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços.
Mas se lá do cimo apontássemos as objectivas tecnológicas ou os olhos escorreitos, com que a natureza nos dotou, em todas as direcções, poderíamos entrar num abrir e fechar de olhos pela Espanha dentro, contemplar o imponente Larouco, proposto por amantes da natureza para ser escolhido para uma das maravilhas da mesma, e continuar a viagem sobre as águas da Barragem do Alto Rabagão até ao Gerês e aos cornos das Alturas do Barroso.
Mas se neste percurso circular nos fixássemos no vale de Chaves, encontraríamos pela frente o Hotel Aquae Flaviae a sinalizar-nos as famosas águas cálidas, fontes de saúde, descobertas e aproveitadas como “ex-libris” pelos Romanos.
Não pensem que estou a mentir e a puxar a brasa à minha sardinha por ter nascido na aldeia que vemos na imagem e que ajudei a começar a escalar a montanha. Quem tiver dúvidas, pode meter-se num automóvel de qualquer marca e seguir o percurso melhorado e em bom estado, graças às energias alternativas, agora muito em voga. Às empresas de telecomunicações pouco ou nada ficamos a dever porque os funcionários utilizavam potentes JEEPS e tinham muito dinheiro para substituir os pneus. As grandes dimensões das antenas eólicas, é que contribuíram para este benefício.
Posto isto, pergunta-se: - como se justificam as palavras «O DESPREZADO MIRADOURO»?
- Porque, lá no topo, quem tiver pernas saudáveis e protegidas pelas calças, pode deambular de um lado para o outro, mas com um certo cuidado para não rasgar as calças e as pernas porque os caminhos não estão limpos e os locais, de onde se pode ver bem as aldeias do sopé da montanha e a vila de Boticas, precisam que sejam seleccionados lugares estratégicos e minimamente protegidos para evitar possíveis acidentes.
Não queremos lá ver nada de luxos, nem WCs para serem destruídos no dia seguinte ao da inauguração. Numa emergência, podem ser utilizadas as instalações do Posto de Vigia. Contentamo-nos com o mínimo de segurança feita com os calhaus do próprio local, e alargar o parque de estacionamento junto das antenas ali montadas. E é tudo.
- Quem deve gastar nestas pequenas obras cerca de 20.000 (vinte mil euros)?
- Quem recebeu o apoio do Turismo - dinheiro pago pelo Casino de Chaves ou outros.
Gastá-lo só em banquetes e passeios, como tem acontecido, de há anos para cá, não promove o tão apregoado “Turismo de Montanha”, “Turismo da Natureza” e com nomes semelhantes para receber apoios da Comunidade Europeia, Turismo de Portugal, ou do agora Turismo do Norte de Portugal. -Meter os turistas só a comer e a beber nos restaurantes e Tavernas e pô-los a tomar banho apenas com as Águas das Caldas e a dormir nas pensões ou nos hotéis, é muito redutor e pouco saudável para aliviar o stress do reumatismo e outras doenças, sejam elas do fígado, dos intestinos, ou das fossas nasais.
Toda a gente normal ama a natureza e admira as paisagens e, neste caso, ninguém lhes cobra um cêntimo.
Os Ecologistas têm aqui uma boa obra para reivindicar, mas por pouco dinheiro e sem dar azo a comissões de intermediários. Os opositores aos responsáveis políticos locais têm aqui um bom tema para futuras campanhas eleitorais:
Valorizar “OS MIRADOUROS NATURAIS” e não se contentarem apenas com a propaganda ao aumento do “colesterol”, embrulhado na carne dos porcos, dos folares e no “cozido à portuguesa”.
Há muitos anos que tenho falado nisto, mas palavras leva-as o vento. Espero que desta vez não seja assim. Vou lutar por isso, dando a melhor colaboração a quem estiver interessado em resolver o problema. Desistir: “Jamais”. Pelo menos, intensificamos o descontentamento.
Artur Monteiro do Couto